quarta-feira, 29 de junho de 2011

Lições de economia: a farsa do custo Brasil

Do Tijolaço

Nosso comentarista Tovar Fonseca adiantou-se e leu a segunda parte da reportagem sobre o gigantesco “lucro Brasil” das montadoras de veículos, escrita por  Joel Silveira Leite, no UOL, e que se comentou ontem aqui.
O trecho final da matéria é estarrecedor e dispensa qualquer comentário:
Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. “As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado”, disse.
Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:
“Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?”, questionou.
Ele se refere ao “valor percebido” pelo cliente. É isso que vale.
“O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado”, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.
“Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo.
Sobra dinheiro nas duas pontas desta equação do consumo de alto luxo, até porque ali falta imposto. Mas a regra que praticam é diferente para os consumidores de classe média? E será que esta genial “ciência econômica” é exclusiva dos executivos das montadoras? Em quantos produtos não estará sendo aplicada a “máxima” de “por que baixar o preço se o consumidor paga?”
No modelo City, a Honda tem aqui um lucro "extra" de mais de R$15 mil, quase um terço do valor de venda do veículo
O jornalista Joel Silveira Leite prestou um imenso serviço ao jornalismo hoje, em sua coluna “Mundo em Movimento“, no UOL.
Escreveu o que centenas de jornalistas das editorias de economia não escrevem, às vezes nem por censura, mas pelo hábito de repetir, sem pensar, o que lhe dizem empresários, banqueiros e homens do “mercado”, como se fosse apenas transcrever ou propagandear o que estes falam.
Leite vai a um tema  sobre o qual muita gente sabe e quase ninguém escreve.
Que o preço dos automóveis no Brasil é mais alto – e um dos mais altos do mundo – não por uma carga tributária elevada apenas, ou dos encargos trabalhistas – mas porque as margens de lucro das montadoras é muito maior aqui do que em outras partes do planeta.
Isto é, que o nome “custo Brasil” camufla, na verdade, outro: o “Lucro Brasil”.
Ele conta  que as montadoras no Brasil têm uma margem de lucro muito maior do que em outros países, citando uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, e diz que elas respondem por boa parte do lucro mundial das suas matrizes.
As editorias de economia da grande imprensa, quando decidem usar a reconhecida capacidade de suas dezenas de profissionais, desempenham um papel fundamental na informação da sociedade.
Exatamente o que tinha sido apontado aqui, recentemente, quando afirmamos que os lucros da Fiat aqui no Brasil (e na América Latina) haviam ajudado a empresa a pagar parte da dívida da Chrysler com os governos americano e canadense, pela injeção de dinheiro para que esta não falisse,  na crise de 2008.
Joel Leite usa um exemplo de um modelo da Honda que, sem considerar os impostos, dá a montadora um “lucro extra” (extra, porque sua margem de lucro “normal” já está embutida no preço de venda mexicano) de R$ 15.518,00 sobre os R$ 56.210,00 por que é vendido no Brasil, embora a versão vendida no México tenha muito mais equipamentos de segurança e acessórios.
“Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”. “
Mas o analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa do Morgan Stanley fala, e diz que “no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países”.
A reportagem de Joel Leite é a primeira de uma série que promete muita informação. Merecidamente, era a manchete de hoje de manhã no UOL.
Você pode conferir aqui.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Um político com 'P' maiúsculo

Do Vi o mundo

Olívio Dutra, o anti-Palocci

por Lucas Azevedo, de Porto Alegre, em CartaCapital
Em um velho prédio numa barulhenta avenida de Porto Alegre, em companhia da mulher, vive há quatro décadas o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra. Em três ocasiões, Dutra abandonou seu apartamento: nas duas vezes em que morou em Brasília, uma como deputado federal e outra como ministro, e nos anos em que ocupou o Palácio do Paratini, sede do governo gaúcho. Apesar dos diversos cargos (também foi prefeito de Porto Alegre), o sindicalista de Bossoroca, nos grotões do Rio Grande, leva uma vida simples, incomum para os padrões atuais da porção petista que se refastela no poder.
No momento em que o PT passa por mais uma crise ética, dessa vez causada pela multiplicação extraordinária dos bens de ex-ministro Palocci, Dutra completou 70 anos. Diante de mais uma denúncia que mina o resto da credibilidade da legenda, ele faz uma reflexão: “Política não é profissão, mas uma missão transitória que deve ser assumida com responsabilidade”.
De chinelos, o ex-governador me recebe em seu apartamento na manhã de terça-feira 14. Sugeriu que eu me “aprochegasse”. Seu apartamento, que ele diz ter comprado por meio do extinto BNH e levado 20 anos para quitar, tem 64 metros quadrados, provavelmente menor do que a varanda do apê comprado por Palocci em São Paulo por módicos 6,6 milhões de reais. Além dele, o ex-governador possui a quinta parte de um terreno herdado dos pais em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, e o apartamento térreo que está comprando no mesmo prédio em que vive. “A Judite (sua mulher) não pode mais subir esses três lances de escada. Antes eu subia de dois em dois degraus. Hoje, vou de um em um.” E por que nunca mudou de edifício ou de bairro? “A vida foi me fixando aqui. E fui aceitando e gostando”.
Sobre a mesa, o jornal do dia dividia espaço com vários documentos, uma bergamota (tangerina), e um CD de lições de latim. Depois de exercer um papel de destaque na campanha vitoriosa de Tarso Genro ao governo estadual, atualmente ele se dedica, como presidente de honra do PT gaúcho, à agenda do partido pelos diretórios municipais e às aulas de língua latina no Instituto de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “O latim é belíssimo, porque não tem nenhuma palavra na sentença latina que seja gratuita, sem finalidade. É como deveria ser feita a política”, inicia a conversa, enquanto descasca uma banana durante seu improvisado café da manhã.
Antes de se tornar sindicalista, Dutra graduou-se em Letras. A vontade de estudar sempre foi incentivada pela mãe, que aprendeu a ler com os filhos. E, claro, o nível superior e a fluência em uma língua estrangeira poderiam servir para alcançar um cargo maior no banco. Mas o interior gaúcho nunca o abandonou. Uma de suas características marcantes é o forte sotaque campeiro e suas frases encerradas com um “não é?” “Este é o meu tio Olívio, por isso tenho esse nome, não é? Ele saiu cedo lá daquele fundão de campo por conta do autoritarismo de fazendeiro e capataz que ele não quis se submeter, não é?”, relembra, ao exibir outra velha foto emoldurada na parede, em que posam seus tios e o avô materno com indumentárias gaudérias. “É o gaúcho a pé. Aquele que não está montado no cavalo, o empobrecido, que foi preciso ir pra cidade e deixar a vida campeira”.
Na sala, com exceção da tevê de tela plana, todos os móveis são antigos. O sofá, por exemplo, “tem uns 20 anos”. Pelo apartamento de dois quartos acomodam-se livros e CDs, além de souvenires diversos, presentes de amigos ou lembrança dos tempos em que viajava como ministro das Cidades no primeiro mandato de Lula.
Dutra aposentou-se no Banrisul, o banco estadual, com salário de 3.020 reais. Somado ao vencimento mensal de 18.127 reais de ex-governador, ele leva uma vida tranquila. “Mas não mudei de padrão por causa desses 18 mil. Além do mais, um porcentual sempre vai para o partido. Nunca deixei de contribuir”.
Foi como presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, em 1975, que iniciou sua trajetória política. Em 1980, participou da fundação do PT e presidiu o partido no Rio Grande do Sul até 1986, quando foi eleito deputado federal constituinte. Em 1987, elegeu-se presidente nacional da sigla, época em que dividiu apartamento em Brasília com Lula e com o atual senador Paulo Paim, também do Rio Grande do Sul. “Só a sala daquele já era maior do que todo esse meu apartamento”.
Foi nessa época que Dutra comprou um carro, logo ele que não sabe e nem quer aprender a dirigir. “Meu cunhado, que também era o encarregado da nossa boia, ficava com o carro para me carregar.” Mas ele prefere mesmo é o ônibus. “Essa coisa de cada um ter automóvel é um despropósito, uma impostura da indústria automobilística, do consumismo”. Por isso, ou anda de carona ou de coletivo, que usa para ir à faculdade duas vezes por semana.
“Só pra ir para a universidade, gasto 10,80 reais por dia. Como mais de 16 milhões de brasileiros sobrevivem com 2,30 reais de renda diária? Este país está cheio de desigualdades enraizadas”, avalia, e aproveita a deixa para criticar a administração Lula. “O governo não ajudou a ir fundo nas reformas necessárias. As prioridades não podem ser definidas pela vaidade do governante, pelos interesses de seus amigos e financiadores de campanha. Mas, sim, pelos interesses e necessidades da maioria da população”.
O ex-governador lamenta os deslizes do PT e reconhece que sempre haverá questões delicadas a serem resolvidas. Mas cabe à própria sigla fazer as correções. “Não somos um convento de freiras nem um grupo de varões de Plutarco, mas o partido tem de ter na sua estrutura processos democráticos para evitar que a política seja também um jogo de esperteza”.
Aproveitei a deixa: e o Palocci? “Acho que o Palocci fez tudo dentro da legitimidade e da legalidade do status quo. Mas o PT não veio para legitimar esse status quo, em que o sujeito, pelas regras que estão aí e utilizando de espertezas e habilidades, enriquece”.
E o senhor, com toda a sua experiência política, ainda não foi convidado para prestar consultoria? Dutra sorri e, com seu gestual característico, abrindo os braços e gesticulando bastante, responde: “Tem muita gente com menos experiência que ganha muito dinheiro fazendo as tais assessorias. Mas não quero saber disso”.
Mas o senhor nunca recebeu por uma palestra? “Certa vez, palestrei numa empresa, onde me pagaram a condução, o hotel e, depois, perguntaram quanto eu iria cobrar. Eu disse que não cobro por isso. Então me deram de presente uma caneta. E nem era uma caneta fina”, resumiu, antes de soltar uma boa risada.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O brasileiro é o que apresenta maior expectativa de felicidade futura, superando inclusive a Dinamarca, líder mundial de felicidade presente

DO TIJOLAÇO

Agora há pouco, n’O Globo, em reportagem de Ronaldo D’Ercole, registra que a pesquisa lançada hoje pela Fundação Getúlio Vargas – comentada ontem aqui -  que a queda da  desigualdade levou   48,7 milhões de brasileiros ascenderam para as classes A, B e C, um salto de 47,94% no número de brasileiros das cjhamdas classe médida e média alta.
“Esse contingente equivale a uma população da África do Sul, ou da Espanha” explicou o professor Marcelo Neri, autor do trabalho.
Transcrevo um trecho da matéria:
“Nos anos 2000, observou Neri, enquanto a renda dos 50% mais pobres no Brasil subiu 67,9%, os ganhos dos 10% mais ricos avançaram 10,03% em termos reais.
O estudo da FGV os brasileiros são os mais otimistas em relação às suas condições de vida no futura, chamada de “felicidade futura”. NUma escala de 0 a 10, o brasileiro dá nota média de 8,7 à expectativa de satisfação com a vida em 2014, a melhor avaliação numa amostra de 146 países pesquisados, cuja média foi de 6,5. Em relação à condição atual de vida, o brasileiro também lidera o ranking, com nota média 7.
– O brasileiro é o que apresenta maior expectativa de felicidade futura, superando inclusive a Dinamarca, líder mundial de felicidade presente — diz Neri.”
O Tijolaço foi conferir a pesquisa, que pode ser lida aqui, e publica este ranking subjetivo de ” felicidade e expectativa de felicidade” apurado internacionalmente pelo Instituto Gallup.

domingo, 26 de junho de 2011

CORINTHIANS FAZ 5 NO TIME DO MORUMBI...

DO BLOG DO JUCA



5 a 0 no ex-100%!



O Corinthians não soube se aproveitar de estar completo contra o desfalcado São Paulo no primeiro tempo do Pacaembu (30.351 pagantes).
Jogou melhor, criou melhores chances, mas nada que se convertesse em vantagem no placar.
O menino Wellington, do São Paulo, impressionava, assim como a utilidade de Jorge Henrique chamava a atenção.
No fim do primeiro tempo, aos 40, um dos mais experientes tricolores em campo comportou-se como se fosse um dos estreantes: Carlinhos Paraíba, que já tinha cartão amarelo, fez uma falta desnecessária no meio de campo e foi, com rigor aceitável, expulso.
E aí faltou pulso ao árbitro, que se limitou a mostrar um cartão amarelo para Rogério Ceni que o xingou até a última geração e deveria ter ido para o chuveiro.
Logo que o segundo tempo começou, porém, o Corinthians traduziu sua vantagem em gol, belo gol, do ex-tricolor Danilo, com direito a deixar um rival, o estreante zagueiro Bruno Uvini, caído,  tão seco foi o drible antes do arremate.
O segundo gol era questão de tempo e veio aos 8 minutos, com Liedson, aproveitandou-se de rebote de Rogério depois de cabeçada de Paulinho, em cobrança de escanteio.
Aos 14 Ralf carimbou a trave em chute violento de fora da área e desenhou uma goleada.
Que Liédson tratou de rascunhar no minuto seguinte, em outro belo gol corintiano: 3 a 0.
Aí virou olé, suportado com espírito esportivo pelos batidos tricolores.
E a goleada foi sendo colorida com requintes de crueldade por Liédson que fez 4 a 0, seu terceiro gol, ao receber com açúcar de Danilo, aos 35.
A semaninha de descanso fez bem ao artilheiro que adora fazer gols no São Paulo e que andava desgastado por estar em ritmo de temporada européia.
Mas cruel mesmo foi Jorge Henrique, que fez Rogério Ceni engolir um frango no quinto gol corintiano, do meio da rua, aos 37.
Melhor que isso só se fosse 10 a 0.
É o segundo 5 a 0 do Corinthians sobre o São Paulo.
O primeiro foi em 1996, no estadual,  em Ribeirão Preto, quase vingado pelo tricolor no nacional de 2005, quando venceu por 5 a 1, no mesmo Pacaembu.
Fernando Pilatos/UOL
Para alegrar ainda mais os mais de 30 mil fiéis presentes ao estádio, o Palmeiras também perdia sua invencibilidade no Ceará e só os dois clubes mais populares do país permanecem invictos no Brasileirão.
Com um jogo a menos, o Corinthians está dois pontos atrás do São Paulo, o que permitiria dizer que é virtualmente líder, não fosse o fato de que o jogo que falta é apenas contra o Santos.

MEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS: QUANDO CABRAL ERA GAY

Do Portal Nassif

Quando Pedro Álvares Cabral era gay

Embora o dia da Parada, hoje, possa sugerir, o texto de Joel Rufino dos Santos não mantém nenhuma relação com com ela e sim com o Golpe de 64 e o sanatório geral instalado no país durante a ditadura.
Da Folha - Ilustríssima - 26/06/2011
ARQUIVO ABERTO
MEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS
Quando Cabral era gay
Rio de Janeiro, 1965
JOEL RUFINO DOS SANTOS
O golpe de 64 fechou o Iseb (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), rasgou quadros, estripou poltronas, destruiu a valiosa biblioteca. Meses depois, suas raridades eram achadas em sebos, vendidas por policiais.
Eu era assistente de Nelson Werneck Sodré no departamento de história social do instituto. Fomos nos refugiar na casa do meu irmão, sargento do Exército, último lugar em que nos procurariam. Só que ele estava se separando da mulher.
Numa visita esporádica, encontrou na sala o estranho, que se identificou como general de brigada. Meu irmão hesitou entre se enquadrar e lavar a honra. Eu fora sondar o ambiente no bairro e cheguei na hora. Se meu irmão optasse pela segunda alternativa, não haveria o que vou contar.
Em 1965, os autores da coleção "História Nova" (produção conjunta do Iseb com o MEC), inclusive Sodré, fomos presos. Certo dia um tenente, jovem como eu, me tirou da cela para cortar meu cabelo. Não admitia cabeludos ali. O barbeiro era um velho sargento reformado ou talvez civil, não me recordo.
Enquanto me aplicava a máquina zero, com a curiosidade própria do ofício, perguntou ao tenente por que eu estava ali. "É um subversivo", respondeu. Passa um tempo, o barbeiro insiste: "Mas subversivo como?" "Subversivo, porra", ranhetou o tenente. Barbeiros não se conformam com meias respostas. "Mas o que fez?" O tenente, já de cara amarrada, braços cruzados, deu a explicação definitiva. "Um general comunista, Nelson Werneck Sodré, convenceu esse aí a reescrever a história do Brasil."
Passam-se então alguns minutos. O barbeiro arrisca uma derradeira pergunta. "Reescrever a história do Brasil, como assim?" Furioso e embaraçado, o tenente encerra: "Eles escreveram, por exemplo, que Pedro Álvares Cabral era viado!".
Não é anedota. A contra-agitação daqueles anos se caracterizou por crendices assim. Sujeitos bem-intencionados, fardados ou não, reproduziam invencionices, precisavam delas para obedecer e agir. Os chefes mandavam prender; tenentes e investigadores, funcionando pela lei da gravidade, enchiam a cabeça de absurdos. Houve pior: fui agredido por um certo Bonecker por termos escrito que Caxias estuprara a própria avó.
A "História Nova" nem fora ideia de Werneck Sodré ""ele apenas a abraçou com entusiasmo. Nasceu numa tarde do verão de 1963, no Leblon. Um grupo de estudantes da Faculdade Nacional de Filosofia, inconformado com a ruindade do ensino, planejou reescrever capítulos da história brasileira o descobrimento, as invasões holandesas, a independência de 1822, o sentido da Abolição e o advento da República, entre outros. Seriam a reforma de base no campo da história. Saíram cinco volumes pela Campanha de Assistência ao Estudante, do MEC.
Distribuídos gratuitamente a professores secundários, alcançaram êxito imediato, que se repetiu quando da segunda edição, em 1965, pela Brasiliense. Essa nova tiragem foi apreendida, e nós, presos. O policial nos indagou, de imediato, pelo paradeiro de um certo Immanuel Kant.
A "História Nova" não existiria sem Werneck Sodré. Éramos estudiosos, mas ignorantes. Ele, historiador consagrado, orientava, discutia conosco o texto, emprestava o nome. Tinha suas cismas. Uma vez, nos foi visitar um brasilianista de gravata borboleta. Queria dados da realidade brasileira. Sodré o levou pelo braço até a varanda e apontou a favela Santa Marta. "Está tudo ali. Passe bem."

sábado, 25 de junho de 2011

Os reaças se doem com a força de Dilma

Da Agência Carta Maior

DEBATE ABERTO

As surpresas e a força de Dilma

As mesmas forças políticas conservadoras que perderam as três últimas eleições presidenciais no Brasil têm usado sua ascendência sobre a mídia com muita habilidade para criar uma sensação de que Dilma teria perdido o controle de seu governo. Nada mais falso, como mostraram as últimas decisões da presidente.

Passado o momento mais agudo da crise que culminou nas mudanças ministeriais determinadas pela presidente Dilma Rousseff, agora é chegada a hora de as forças progressistas que sustentam seu projeto político desarmarem a bomba propagandística de parte da grande imprensa que tenta sugerir ao país a existência de um governo fraco. As mesmas forças políticas conservadoras que perderam as três últimas eleições presidenciais no Brasil têm usado sua ascendência sobre a mídia com muita habilidade para criar uma sensação de que Dilma teria perdido o controle de seu governo. Nada mais falso, como mostraram as últimas decisões da presidente.

Após a longa hesitação que antecedeu a saída do ex-ministro Antonio Palocci, Dilma compensou ao acertar duas vezes. Ao convocar a senadora Gleisi Hoffmann para a Casa Civil e afirmar que a pasta voltará a ter funções mais voltadas ao gerenciamento e execução de políticas públicas, a presidente repete o gesto feito há seis anos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando convocou a ela própria para substituir o então chefe da Casa Civil, José Dirceu. Sem entrar no mérito dos motivos que levaram à substituição de Dirceu, o fato, já histórico, é que a chegada de Dilma ao principal ministério deu início a um ciclo virtuoso do governo que propiciou a Lula um segundo mandato muito melhor do que o primeiro.

Lula acertou em 2005 e agora Dilma acerta também. Em que pesem os comentários preconceituosos sobre uma suposta falta de estofo político de Gleisi para o cargo ou até mesmo sobre seu jeito de “trator”, “durona” e “esquentadinha” (alguém lembra desse filme?), a senadora paranaense tem o exato perfil para recolocar a Casa Civil em um caminho muito bem trilhado sob o comando da própria Dilma no governo Lula. Além da competência administrativa comprovada em Itaipu ou quando foi secretária de governo no Mato Grosso do Sul, Gleisi parece ter a independência política necessária para cumprir o papel que dela espera a presidente. A surpresa causada por sua nomeação é fruto dessa independência e isso é um bom sinal.

A segunda surpresa - e o segundo acerto - foi o desfecho dado por Dilma para a substituição do ministro Luiz Sérgio na Secretaria de Relações Institucionais. Esse acerto, entretanto, não se dá tanto em função da substituta, que ainda terá de provar competência na nova função, mas sim pelo fato de a presidente ter jogado um balde de água gelada na crise de histeria em que já começava a se transformar a atuação da bancada do PT na Câmara dos Deputados. A ex-senadora catarinense Ideli Salvatti tem todos os predicados para obter sucesso em sua missão na articulação política do governo, mas isso dependerá fundamentalmente de uma mudança de postura do principal partido governista no Congresso Nacional.

Após essas duas movimentações acertadas feitas pela presidente no tabuleiro ministerial, é hora de os parlamentares do PT relegarem a um segundo plano a disputa mais imediata por espaço e começarem a atuar como esteio político para as duas novas ministras. No Senado, origem de Gleisi e Ideli, tudo parece mais fácil. Na Câmara, um maior esforço de coesão dos petistas é necessário. Foi a falta dessa coesão que minou Luiz Sérgio, muito mais do que uma suposta fraqueza do deputado fluminense, como apregoa parte da mídia. O excelente trânsito do agora ministro da Pesca (cargo que trocou com Ideli) entre seus colegas no Congresso já havia sido comprovado no governo Lula, mas Luiz Sérgio esbarrou na divisão da bancada petista na Câmara e também no papel centralizador assumido por Palocci.

A presidente Dilma quer se dedicar a mudar essa realidade e, a exemplo de seu antecessor, passará a acompanhar cotidianamente as negociações políticas com os partidos que apóiam o governo. Mesmo que tenha encontrado em Ideli Salvatti uma figura mais próxima na articulação política e em Gleisi Hoffmann a “Dilma da Dilma”, caberá à presidente conduzir pessoalmente esse momento de reafirmação da força política de seu governo. Dilma deverá ser a partir de agora o “Lula de si mesma” e ninguém que a conhece duvida de que tenha plenas condições de exercer esse papel.

Em sua edição de 8 de junho, o jornal carioca O Globo trazia como manchete: “Palocci cai e enfraquece Dilma com apenas cinco meses de governo”. Pelo que me lembro, é a primeira vez em que um desejo dos donos do jornal, misturado a uma notícia, ganha destaque na primeira página. Enfraquecer o governo Dilma é o maior desejo das forças conservadoras que perderam com José Serra e Geraldo Alckmin as últimas eleições, pois isso significaria uma maior possibilidade da volta dessas forças ao poder. Para quem está do outro lado, para quem apóia o projeto de transformação do Brasil que começou com Lula e tem em Dilma a força de 56 milhões de votos, é tarefa primordial evitar que esse falso enfraquecimento se torne verdade.

Maurício Thuswohl é jornalista.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ausência da juventude na vida política brasileira: a rebeldia dos jovens que tanta falta nos faz

Pelo Vi o mundo

Emir Sader: A rebeldia dos jovens que tanta falta nos faz

Entre tantas frases estimulantes e provocadoras que as rebeliões populares no mundo árabe e agora na Europa, essencialmente protagonizada por jovens, fizeram ecoar pelo mundo afora, a que mais nos incomoda – com toda razão – é aquela que diz: “E quando os jovens saíram às ruas, todos os partidos pareceram velhos.”
Aí nos demos conta – se ainda não tínhamos nos dado – da imensa ausência da juventude na vida política brasileira. O fenômeno é ainda mais contrastante, porque temos governos com enorme apoio popular, que indiscutivelmente tornaram o Brasil um país melhor, menos injusto, elevaram nossa autoestima, resgataram o papel da política e do Estado.
Mas e os jovens nisso tudo? Onde estão? O que pensam do governo Lula e da sua indiscutível liderança? Por que se situaram muito mais com a Marina no primeiro turno do que com a Dilma (mesmo se tivessem votado, em grande medida, nesta no segundo turno, em parte por medo do retrocesso que significava o Serra)?
A idade considerada de juventude é caracterizada pela disponibilidade para os sonhos, as utopias, a rejeição do velho mundo, dos clichês, dos comportamentos vinculados à corrupção, da defesa mesquinha dos pequenos interesses privados. No Brasil tivemos a geração da resistência à ditadura e aquela da transição democrática, seguida pela que resistiu ao neoliberalismo dos anos 90 e que encontrou nos ideais do Fórum Social Mundial de construção do “outro mundo possível” seu espaço privilegiado.
Desde então dois movimentos concorreram para seu esgotamento: o FSM foi se esvaziando, controlado pelas ONGs, que se negaram à construção de alternativas, enquanto governos latino-americanos se puseram concretamente na construção de alternativas ao neoliberalismo; e os partidos de esquerda – incluídos os protagonistas destas novas alternativas na América Latina -, envelheceram, desgastaram suas imagens no tradicional jogo parlamentar e governamental, não souberam renovar-se e hoje estão totalmente distanciados da juventude.
Quando alguém desses partidos tradicionais – mesmo os de esquerda – falam de “políticas para a juventude”, mencionam escolas técnicas, possibilidades de emprego e outras medidas de caráter econômico-social, de cunho objetivo, sem se dar conta que jovem é subjetividade, é sonho, é desafio de assaltar o céu, de construir sociedades de liberdade, de luta pela emancipação de todos.
O governo brasileiro não aquilata os danos que causam a sua imagem diante dos jovens, episódios como a tolerância com a promiscuidade entre interesses privados e públicos de Palocci, ou ter e manter uma ministra da Cultura que, literalmente, odeia a internet, e corta assim qualquer possibilidade de diálogo com a juventude – além de todos os retrocessos nas políticas culturais, que tinham aberto canais concretos de trabalho com a juventude. Não aquilata como a falta de discurso e de diálogo com os jovens distancia o governo das novas gerações. (Com quantos grupos de pessoas da sociedade a Dilma já se reuniu e não se conhece grandes encontros com jovens, por exemplo?)
Perdendo conexão com os jovens, os partidos envelhecem, perdem importância, se burocratizam, buscam a população apenas nos processos eleitorais, perdem dinamismo, criatividade e capacidade de mobilização. E o governo se limita a medidas de caráter econômico e social – que beneficiam também aos jovens, mas nãos os tocam na sua especificidade de jovens. Até pouco tempo, as rádios comunitárias – uma das formas locais de expressão dos jovens das comunidades – não somente não eram incentivadas e apoiadas, como eram – e em parte ainda são – reprimidas.
A presença dos jovens na vida pública está em outro lugar, a que nem os partidos nem o governo chegam: as redes alternativas da internet, que convocaram as marchas da liberdade, da luta pelo direito das “pessoas diferenciadas” em Higienópolis, em São Paulo, nas mobilizações contra as distintas expressões da homofobia, e em tantas outras manifestações, que passam longe dos canais tradicionais dos partidos e do governo.
Mesmo um governo popular como o do Lula não conseguiu convocar idealmente a juventude para a construção do “outro mundo possível”. Um dos seus méritos foi o realismo, o pragmatismo com que conseguiu partir da herança recebida e avançar na construção de alternativas de politica social, de politica externa, de políticas sociais e outras. Os jovens, consultados, provavelmente estarão a favor dessas políticas.
Mas as mentes e os corações dos jovens estão prioritariamente em outros lugares: nas questões ecológicas (em que, mais além de ter razão ou não, o governo tem sistematicamente perdido o debate de idéias na opinião pública), nas liberdades de exercício da diversidade sexual, nas marchas da liberdade, na liberdade de expressão na internet, na descriminalização das drogas leves, nos temas culturais, entre outros temas, que estão longe das prioridades governamentais e partidárias.
Este governo e os partidos populares ainda têm uma oportunidade de retomar diálogos com os jovens, mas para isso têm de assumir como prioritários temas como os ecológicos, os culturais, os das redes alternativas, os da libertação nos comportamentos – sexuais, de drogas, entre outros. Têm que se livrar dos estilos não transparentes de comportamento, não podem conciliar nem um minuto com atitudes que violam a ética pública, tem que falar aos jovens, mas acima de tudo ouvi-los, deixá-los falar. Com a consciência de que eles são o futuro do Brasil. Construiremos esse futuro com eles ou será um futuro triste, cinzento, sem a alegria e os sonhos da juventude brasileira.
Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

PSDB começa demonstrando fragilidade quando, antes do jogo começar, já apela para o tapetão

Do Portal Nassif

PSDB combaterá partido que Serra ajudou a formar

Começam a ser movimentadas as primeiras pedras para 2014. Como se constata, o PSDB começa demonstrando fragilidade quando, antes do jogo começar, já apela para o tapetão. O que não é nenhuma novidade para esse partido eminentemente elista. 
Da Folha
Tucanos fornecerão assessoria jurídica ao DEM para impedir participação de partido de Kassab na eleição de 2012
Manobra consiste na apresentação de ações espalhadas pelo país para contestar registro da legenda de prefeito
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
O PSDB deflagrou uma operação para impedir a criação do PSD, partido lançado pelo prefeito Gilberto Kassab, a tempo das eleições municipais do ano que vem.

A manobra consistirá na apresentação de ações pulverizadas por todo o país para a contestação do registro da nova legenda.

Para adiar o cronograma traçado por Kassab, as impugnações serão entregues a cada etapa sempre no último dia previsto por lei.

A estratégia tucana prevê que apenas o DEM assuma a autoria das ações. O PSDB, com aval do presidente Sérgio Guerra (PE), dará assessoria jurídica ao partido.

A operação foi autorizada pela cúpula tucana na noite de anteontem, quando o prefeito de São Paulo admitiu, em sabatina da Folha, a hipótese de aliança com a presidente Dilma em 2014.

"Vamos fazer o possível para enterrar esse partido", decretou Guerra, segundo presentes à reunião.

A legislação prevê a possibilidade de contestação em três fases do processo de registro de um partido: nos cartórios, nos TREs (Tribunal Regional Eleitoral) e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Segundo cálculo da assessoria jurídica do PSDB, uma ação bem orquestrada pode atrasar em 15 dias cada uma dessas etapas.

Kassab precisa reunir 500 mil assinaturas, distribuídas em pelo menos nove Estados, até 7 de outubro. Do contrário, não registrará candidatos para o pleito de 2012.
APOIOS

A oposição ao PSD conta com simpatia do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que vê em Kassab um potencial adversário na disputa de 2014. Já o ex-governador José Serra ainda aposta numa relação amistosa com seu afilhado político.

Segundo tucanos, o senador Aécio Neves (MG) teme o desfalque de seus aliados, mas não deverá comprar uma briga com Kassab.

"O PSD, neste momento, é nebuloso. Não podemos julgar uma coisa que não está pronta", esquivou-se o presidente do PSDB de Minas, Marcos Pestana.

Além do PSDB, o DEM busca outros aliados. Na Bahia, conta o apoio do peemedebista Geddel Vieira Lima.
"Vou fazer tudo para dificultar o partido de quem quer uma boquinha. Espero que a Justiça Eleitoral esteja atenta a isso", disse Geddel.

Em SP, o PTB -partido comandado pelo deputado Campos Machado, aliado de Alckmin - engrossará o confronto, liderado pelo DEM. 

Novo prefeito de Uraí toma posse

 Do Uraí On-line
Posse do Prefeito de Uraí Dr. Almir Fernandes de Oliveira (VIDEO)
Aconteceu hoje (22-06) pela manhã na Câmara Municipal de Uraí, em uma Sessão Solene, a posse do novo Prefeito Municipal, Dr. Almir Fernandes de Oliveira. A Sessão contou com a presença de vários munícipes e dos veradores, Altair Murilho, Gilmar Pulcineli, Sargento Reis, Eder J. Camilo, Angelo Tarantini Filho, e Willians Iwai.







Outras Fotos
      

Cassação do Prefeito de Uraí

Do UOL

Vereadores de Uraí (PR) cassam mandato do prefeito mais velho do Brasil

Janaina Garcia
Do UOL Notícias
Em São Paulo


  • Susumo Itimura, 93, foi eleito em 2008 como prefeito mais velho do Brasil no município de Uraí (PR)
    Susumo Itimura, 93, foi eleito em 2008 como prefeito mais velho do Brasil no município de Uraí (PR)
O vice-prefeito de Uraí (norte do Paraná), Almir Fernandes Oliveira (PPS), foi empossado na manhã desta quarta-feira (22) como prefeito da cidade após a cassação do mandato do titular, Susumo Itimura (PSDB), nesta madrugada. Aos 93 anos, Itimura detinha o título de prefeito mais velho do Brasil.  
Reeleito em 2008, o produtor rural estava no quinto mandato na cidade --ele que, no último pleito, teve uma das maiores declarações de bens à Justiça Eleitoral entre os candidatos pelo país: mais de R$ 55 milhões.
A cassação foi votada no Legislativo por volta das 3h, depois de quase 20 horas de uma sessão extraordinária começada ontem para votar o relatório de uma Comissão Processante (CP) que pedia a punição. O documento foi aceito pelo plenário, que, por seis votos a dois, cassou o prefeito.
Tumultuada, a sessão teve ainda partidários e adversários de Itimura fazendo manifestações na parte externa do prédio. A Polícia Militar precisou ser chamada para prevenir tumultos.
A CP foi instalada a partir da denúncia de um vereador, que se valeu de ação civil pública ingressada pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná) contra Itimura em março de 2010. A ação apontava ato de improbidade administrativa na contratação de serviços que, pagos, não teriam sido realizados, e requeria a cassação de mandato do agente.
Em entrevista ao UOL Notícias, o autor da denúncia, vereador Angelo Tarantino Filho (PMN), afirmou que se ateve apenas a parte da ação do MP que, segundo ele, se referia ao suposto desvio de R$ 11 mil para uma empresa de informática por meio de notas frias por serviços não executados.

Veja onde fica Uraí (PR)

A empresa, de acordo com a promotoria, pertence ao ex-secretário de Esportes do município na gestão passada de Itimura, Omar Mahamad Zebian, também investigado na ação.
“Na realidade a CP conseguiu aprofundar uma parte do que o MP havia apurado, que era um desvio de R$ 44.800, mas para vários serviços não prestados. Esperamos agora, na Justiça, é que esse valor seja ressarcido aos cofres públicos”, disse.
Segundo o parlamentar, a Câmara encaminha hoje ofício ao TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) comunicando a cassação de mandato. É a partir dessa oficialização, por exemplo, que Itimura poderá recorrer contra a decisão.
A reportagem tentou contato com Itimura, mas nem ele ou algum representante legal foram, até o momento, localizados.

Biografia

Itimura nasceu no Japão e chegou ao Brasil com um ano de idade. Além do título de prefeito mais velho do país, que detém pelo menos desde a eleição de 2004, ficou conhecido também pela contratação maciça de parentes para cargos na Prefeitura de Uraí --tais como filhos, noras, genros e até a mulher, por exemplo, em postos como secretarias.
Uma de suas filhas é atualmente secretária municipal de Ação Social --posto pelo qual recebe, mensalmente, remuneração mensal bruta de aproximadamente R$ 2 mil.
Alvo de outras ações e processos de investigação, no primeiro mandato chegou a ser condenado, junto com um ex-secretário, a ressarcir verbas que teriam foram usadas irregularmente.
Uraí tem cerca de 11 mil habitantes e uma economia baseada na agricultura.
Veja no site Políticos do Brasil, do jornalista Fernando Rodrigues, colunista do UOL e daFolha de S.Paulo, a lista de bens e os dados de Itimura pela campanha de 2008.