quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Presidenta tinha dito: aperta que os juro caem

Via Portais: Nassif e Conversa Afiada

BC reduz Selic em meio ponto

Copom reduz a taxa Selic para 12,00% ao ano

31/08/2011 20:46:00
Brasília – O Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 12,00% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela manutenção da taxa Selic em 12,50% a.a. Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos. O Comitê entende que aumentaram as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado. Nota ainda que, nessas economias, parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal. Dessa forma, o Comitê avalia que o cenário internacional manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante.
Para o Copom, a transmissão dos desenvolvimentos externos para a economia brasileira pode se materializar por intermédio de diversos canais, entre outros, redução da corrente de comércio, moderação do fluxo de investimentos, condições de crédito mais restritivas e piora no sentimento de consumidores e empresários. O Comitê entende que a complexidade que cerca o ambiente internacional contribuirá para intensificar e acelerar o processo em curso de moderação da atividade doméstica, que já se manifesta, por exemplo, no recuo das projeções para o crescimento da economia brasileira. Dessa forma, no horizonte relevante, o balanço de riscos para a inflação se torna mais favorável. A propósito, também aponta nessa direção a revisão do cenário para a política fiscal.
Nesse contexto, o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012.
O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do ambiente macroeconômico e os desdobramentos do cenário internacional para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.

Brasília, 31 de agosto de 2011
Banco Central do Brasil
Assessoria de Imprensa

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(61) 3414-3462
NAVALHA
Navalha
A Presidenta lançou um programa de aperto fiscal de longo prazo para, como dizem os economistas, abrir espaço para queda dos juros.

Clique aqui
 para ler a reportagem da Claudia Safatle no Valor de hoje.

Quem gosta de juro alto é a turma do neolibelê.

Clique aqui para ler a seção de anatomia a que o Delfim submeteu os neolibelês.

Numa conversa com o Belluzzo, na Carta Capital, o Delfim contou que, logo após a explosão da crise de 2008, Lula, ele, o Belluzzo e o então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, combinaram que os bancos estatais iam emprestar dinheiro e o Meirelles ia reduzir os juros. 

O Meirelles roeu a corda.

E se não tivesse roído, os juros hoje não seriam os maiores do mundo, ainda.

Meirelles foi o presidente mundial do BankBoston.

Tombini é funcionário de carreira do Banco Central.


Paulo Henrique Amorim

sábado, 27 de agosto de 2011

Boas notícias: desemprego recuou de 6,2% em junho para 6% em julho e o rendimento médio real cresceu 2,2% na mesma comparação.


Desemprego recua e renda média real sobe em todos os setores

Via blog Os amigos do Presidente Lula

A pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego (PED) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que julho manteve a combinação de desemprego recorde e aumento da renda real, um quadro que indica mercado de trabalho aquecido e contrasta com o cenário de desaquecimento do nível de atividade. O desemprego recuou de 6,2% em junho para 6% em julho e o rendimento médio real cresceu 2,2% na mesma comparação.

A taxa de desemprego do mês passado é a menor taxa para o mês de julho desde o início da série histórica, em março de 2002. Na comparação com julho do ano passado, o recuo foi de 0,9 ponto percentual. O comportamento da indústria, principal contratador dessa época do ano, chama a atenção e vai em sentido inverso. Em julho, houve queda de 1,3% da população industrial ocupada. O Estado de São Paulo, onde 20,4% da população que trabalha está na indústria, registrou queda de 0,7%......


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"Pela tendência histórica, deveríamos ter nessa época do ano queda maior da taxa de desemprego, com a população desocupada caindo mais e a ocupada crescendo mais. Mas é possível chegar à conclusão de que, daqui para frente, as taxas tendem a ser menores. Nunca, depois de julho, tivemos uma taxa crescendo, por questões sazonais", disse o gerente da coordenação de trabalho e rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.

Na média dos primeiros sete meses do ano, a taxa de desemprego seria de 6,3%, abaixo da média registrada no ano passado. No mesmo período de 2010, a média havia sido de 7,3%, e em todo o ano, de 6,7%. O contingente de 1,444 milhão de pessoas à procura de emprego no país, no entanto, preocupa, segundo Azeredo, porque parte significativa da população em busca de trabalho integra grupos com dificuldades de inserção no mercado, como mulheres e jovens sem experiência.

Apesar de o crescimento do mercado de trabalho estar abaixo das previsões, Azeredo vê melhora no nível de qualidade, devido ao crescimento dos postos de trabalho com carteira assinada e ao crescimento real dos salários, com aumento do poder de compra.

O rendimento médio real subiu 4%, na comparação com julho de 2010. Em relação a junho, o aumento da renda do trabalhador foi de 2,2% - atingiu R$ 1.612,90 no mês passado, o maior valor para julho desde 2002.

Para analistas da LCA Consultores, o crescimento interanual de 4% da renda em julho é "ainda mais representativo" do que o observado em maio e junho, pois o mês passado tem base alta de comparação. Em julho de 2010, o rendimento médio havia crescido 5,1% sobre igual mês de 2009.

Para a Rosenberg & Associados, "o rendimento médio real deverá continuar duplamente beneficiado nos próximos meses pela inflação sazonalmente mais baixa e pela pouca disponibilidade de mão de obra".

Os serviços e o comércio continuam puxando o crescimento do rendimento médio dos trabalhadores. No setor de comércio, reparação de veículos e objetos, a renda aumentou 6,1% entre julho e igual mês do ano passado. Nos serviços domésticos, a expansão foi de 5,9% e em outros serviços - hotéis, transporte, limpeza urbana -, o avanço foi de 5,1%.

O aumento do rendimento no emprego industrial também fica acima da média, mas é bem menos expressivo do que nos demais segmentos. Em relação a julho de 2010, foi registrado crescimento de 4,6% na renda dos trabalhadores da indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água. Valor

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O fantasma da vassourinha janista continua assombrando as nossas elites e a nossa velha mídia.

Do Tijolaço

A imagem aí de cima – publicada hoje pela Folha -  é, por si só, uma lição de história.
Com a vassourinha de Jânio Quadros a UDN, expressão da nossa direita encontravam o caricato personagem capaz de encarnar da forma mais explicita o disrcuso moralista com que buscava combater a aliança de centro esquerda que vinha, desde o segundo governo Vargas imprimindo ao país o ritmo elevado de crescimento e, com todos os senões que se possa fazer à entrada de capital estrangeiro do governo JK aumentando nossos niveis de autonomia em relação ao secular modelo colonial que sempre dominou o Brasil.
A união democrática nacional não teve lá uma imagem muito diferente da que teve, mais recentemente, a nossa neo-UDN: o PSDB.
Também eram escritores intelectuais, “gente importante”, segmentos expressivos das classes médias urbanas.
Parece que o fantasma da vassourinha janista continua assombrando as nossas elites e a nossa mídia.
Viveram o delírio de pretender, também, transformar a presidente Dilma Rousseff em algo não apenas caricato mas, como ocorreu com Jânio Quadros, num personagem fraco e sem sustentação.
Tão fraco e sem sustentação que, ajudado por seu notório desequilíbrio, protagonizou o mais fracassado golpe de marketing da historia desse país: renunciar ao cargo para voltar com mais poderes.
A direita que levara Jânio ao poder, por ele não verteu uma lágrima. Ao contrário, sobre o cadáver político que estes se tornou no mesmo instante de sua renuncia, desfecharam o golpe autoritário, pela via militar.
A moralidade pública não é uma bandeira política, é uma obrigação moral e administrativa de qualquer governo. Usa-la como bandeira política é apenas fazer dela causa nobre para encobrir o objetivo espúrio de imobilizar um governo eleito pela população para dar prosseguimento as transformações que marcam o Brasil nos últimos anos.
Os nossos neoudenistas, porém vão ficar na saudade. Dilma, ao contrário daquele personagem tem ideias claras sobre o que é preciso fazer para que o Brasil tenham, como ela diz, a faxina que precisa:
A da pobreza, a da miséria, a da dependência, a do atraso, da espoliação colonial que, ainda hoje, quase dois séculos depois de nossa independência política, continua a submeter este país.
O Brasil não pode mesmo conviver com quem rouba dos brasileiros. Sobretudo, com quem lhes rouba o direito a viver com dignidade, a ter um futuro, a ser, finalmente, o senhor de seu país e de seu destino.

Os 'Cansados" estão voltando (com o PiG é claro!)

Por Eduardo Guimarães, em seu blog

Militantes da ‘faxina’ reeditam o Cansei



Quem chegasse hoje ao Brasil e lesse os jornais imaginaria que há uma guerra contra a corrupção liderada por uma imprensa idealista. O noticiário exacerbou exponencialmente aquela “cruzada ético-midiática” que permeou a década passada. Se, durante o governo Lula, havia alguma denúncia todos os meses, no governo Dilma o processo foi elevado ao cubo, com várias denúncias sendo espalhadas ao mesmo tempo.
Após os ministros da Casa Civil, da Agricultura, dos Transportes e da Defesa, entraram na mira os ministros da Casa Civil (de novo), das Cidades, do Turismo, das Comunicações e, agora, até o presidente da Câmara dos Deputados (que é do PT, claro).
A mídia, aproveitando-se de que suas denúncias geraram efeitos que as corroboraram – não por que foram irrefutáveis, mas porque o governo cedeu à pressão que desencadearam – intensificou sobremaneira a campanha moralista. Já há movimentos “espontâneos” na sociedade de formação de grupos civis para protestarem “contra a corrupção” em marchas e passeatas.
Os militantes “anticorrupção” da hora reeditam o movimento Cansei, que surgiu durante o governo Lula contando com o apoio de artistas, empresários, das classes mais abastadas e dessa mesma imprensa sempre disposta a fazer campanhas moralistas contra o PT e seus aliados, mas só contra eles.
Com tantas denúncias e demissões, parece haver uma cruzada contra todos os corruptos. E como essas denúncias ganharam credibilidade porque provocaram demissões em massa no governo Dilma, à diferença do Cansei não estão caindo no ridículo.
Seria muito bom que houvesse uma faxina de verdade na administração pública do Brasil, pois a corrupção realmente se institucionalizou neste país. Está entranhada em todos os governos. Em alguns mais, outros menos, mas está entranhada no Estado brasileiro (Executivo, Legislativo e Judiciário). Só que a “faxina” que ocupa o noticiário não é uma faxina de verdade, mas uma campanha para desmoralizar este governo, seu partido, seus aliados e, acima de todos estes, o ex-presidente Lula.
Fosse de outra maneira, não estaria restrita ao governo federal e aos seus aliados. Assim como a mídia fustiga o governo do Rio de Janeiro e, acima de tudo, o seu titular, Sergio Cabral, com denúncias de corrupção e má conduta do governador daquele Estado, se estivesse realmente querendo combater a corrupção fustigaria também os governos de São Paulo ou de Minas Gerais, contra os quais pesam tantas denúncias.
Dito assim de chofre que há denúncias contra os governos paulista ou mineiro, quem não acompanha a política muito de perto ficaria surpreso. Afinal, na imprensa de São Paulo, do Rio ou de Minas não saem acusações ou denúncias contra eles.
As oposições em São Paulo e Minas reclamam de que a mídia ignora os deputados estaduais desses Estados que batem às portas da Globo, da Folha de São Paulo, da Veja e do Estadão, entre outros, pedindo pressão para conseguirem instalar CPIs contra os governos Geraldo Alckmin e Antonio Anastasia. Mas como no tempo de José Serra e Aécio Neves, esses meios de comunicação nem os recebem.
Há deputados paulistas e mineiros com calhamaços de denúncias contra os governos Alckmin e Anastasia. Eles dizem que suas denúncias têm muito mais indícios do que as que estão derrubando ministros de Dilma Rousseff, mas as redações dos grandes meios de comunicação estão proibidas de noticiar qualquer coisa que desfavoreça o PSDB.
Os militantes dessa “faxina” exclusivamente contra o PT e aliados, que poupa políticos de administrações controladas pelos partidos que se opõem ao governo Dilma, reeditam o Cansei. Estão sendo programados atos públicos para baterem com o noticiário. Em breve, as capitais brasileiras estarão vendo esses grupos saírem as ruas com aquelas peruas enfeitadas com jóias e mauricinhos com seus tênis e roupas “de marca”.
Para engrossar grupelhos de dondocas, o PSDB tenta cooptar centrais sindicais que sempre se opuseram à CUT e ao PT, mas que aderiram a Lula na década passada porque, como durante o governo Fernando Henrique Cardoso, sempre estiveram ao lado do poder. Se os tucanos e seus jornais, revistas, rádios, TVs e portais de internet tiverem sucesso, em breve veremos um Cansei vitaminado ganhando as ruas do país.

sábado, 20 de agosto de 2011

FHC apoia a faxina que ele nunca fez

Altamiro Borges, em seu blog

Estranho: até FHC apóia “faxina” de Dilma

Por Altamiro Borges

Segundo o jornalista Kennedy Alencar, FHC parece que está empolgado com a alardeada operação “faxina” da presidenta Dilma Rousseff. “Nas conversas reservadas com dirigentes do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem defendido que o partido dê apoio à presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção”, informa o repórter na Folha online de hoje.



Ainda segundo seu relato, “o ex-presidente conversou sobre o assunto com os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Antonio Anastasia (MG). A recomendação foi transmitida ao senador mineiro Aécio Neves, hoje o primeiro da fila tucana para disputar o Palácio do Planalto em 2014. A presença de FHC no encontro de Dilma com governadores do Sudeste, na quinta (18/08), em São Paulo, foi calculada para se transformar num gesto de apoio à presidente”.

FHC nunca enfrentou a corrupção

A excitação do grão-tucano deveria gerar alguma desconfiança no Palácio do Planalto – ao menos, entre os seus ocupantes mais tarimbados, que não confundem assessoria com puxa-saquismo. Afinal, FHC nunca foi um opositor civilizado de Lula ou de Dilma. Pelo contrário. Desde que se converteu ao neoliberalismo, ele sempre articulou as forças de direita contra qualquer projeto de esquerda no país. Egocêntrico e elitista, ele nunca tolerou o êxito de um governo presidido por um peão, um operário.

Sua cruzada contra a corrupção e seu apoio entusiástico à “faxina” no governo Dilma só iludem os ingênuos e os pragmáticos que infestam a política nativa – que desprezam a luta de classes e não têm visão sobre as batalhas futuras. Quem é FHC para falar em combate à corrupção? Uma breve lembrança do que foi o seu longo reinado talvez sirva de alerta aos ingênuos que não percebem a manobra do tucano para desgastar o atual governo, paralisá-lo, implodir sua base de apoio e criar fissuras entre Dilma e Lula.

Os indícios das roubalheiras tucanas

Para aliciar sua base de apoio no Congresso Nacional e manter a governabilidade, FHC sempre foi complacente com a corrupção. A aliança principal do grão-tucano foi com o ex-PFL, atual DEM – e sabe-se lá qual será o novo nome da organização fisiológica que sucumbe na crise. Um dos líderes de FHC no parlamento foi o demo José Roberto Arruda, o mesmo que foi pego com a mão na botija no esquema do mensalão do governo do Distrito Federal. A lista de indícios de roubalheira no governo FHC foi grande:

Denúncias abafadas: Já no início do seu primeiro mandato, em 19 de janeiro de 1995, FHC fincou o marco que mostraria a sua conivência com a corrupção. Ele extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, criada por Itamar Franco e formada por representantes da sociedade civil, que visava combater o desvio de recursos públicos. Em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, ele criou a Controladoria-Geral da União, mas este órgão se notabilizou exatamente por abafar denúncias.

Caso Sivam. Também no início do seu primeiro mandato, surgiram denúncias de tráfico de influência e corrupção no contrato de execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam). O escândalo derrubou o brigadeiro Mauro Gandra e serviu para FHC “punir” o embaixador Júlio César dos Santos com uma promoção. Ele foi nomeado embaixador junto à FAO, em Roma, “um exílio dourado”. A empresa ESCA, encarregada de incorporar a tecnologia da estadunidense Raytheon, foi extinta por fraude comprovada contra a Previdência. Não houve CPI sobre o assunto. FHC bloqueou.

Pasta Rosa. Em fevereiro de 1996, a Procuradoria-Geral da República resolveu arquivar definitivamente os processos da pasta rosa. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. Naquele tempo, o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, ficou conhecido pela alcunha de “engavetador-geral da República”.

Compra de votos. A reeleição de FHC custou caro ao país. Para mudar a Constituição, houve um pesado esquema para a compra de voto, conforme inúmeras denúncias feitas à época. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara. Como sempre, FHC resolveu o problema abafando-o e impedido a constituição de uma CPI.

Vale do Rio Doce. Apesar da mobilização da sociedade em defesa da CVRD, a empresa foi vendida num leilão por apenas R$ 3,3 bilhões, enquanto especialistas estimavam seu preço em ao menos R$ 30 bilhões. Foi um crime de lesa-pátria, pois a empresa era lucrativa e estratégica para os interesses nacionais. Ela detinha, além de enormes jazidas, uma gigantesca infra-estrutura acumulada ao longo de mais de 50 anos, com navios, portos e ferrovias. Um ano depois da privatização, seus novos donos anunciaram um lucro de R$ 1 bilhão. O preço pago pela empresa equivale hoje ao lucro trimestral da CVRD.

Privatização da Telebras. O jogo de cartas marcadas da privatização do sistema de telecomunicações envolveu diretamente o nome de FHC, citado em inúmeras gravações divulgadas pela imprensa. Vários “grampos” comprovaram o envolvimento de lobistas com autoridades tucanas. As fitas mostraram que informações privilegiadas foram repassadas aos “queridinhos” de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas privadas pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à “venda”, o governo investiu na infra-estrutura do setor mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES ainda financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio. Uma verdadeira rapinagem contra o Brasil e que o governo FHC impediu que fosse investigada.

Ex-caixa de FHC. A privatização do sistema Telebrás foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa das campanhas de FHC e do senador José Serra e ex-diretor do Banco do Brasil, foi acusado de cobrar R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Grampos do BNDES também flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do banco, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão. Além de “vender” o patrimônio público, o BNDES destinou cerca de 10 bilhões de reais para socorrer empresas que assumiram o controle das estatais privatizadas. Em uma das diversas operações, ele injetou 686,8 milhões de reais na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

Juiz Lalau. A escandalosa construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo levou para o ralo R$ 169 milhões. O caso surgiu em 1998, mas os nomes dos envolvidos só apareceram em 2000. A CPI do Judiciário contribuiu para levar à cadeia o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT, e para cassar o mandato do senador Luiz Estevão, dois dos principais envolvidos no caso. Num dos maiores escândalos da era FHC, vários nomes ligados ao governo surgiram no emaranhado das denúncias. O pior é que FHC, ao ser questionado por que liberara as verbas para uma obra que o Tribunal de Contas já alertara que tinha irregularidades, respondeu de forma irresponsável: “assinei sem ver”.

Farra do Proer. O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer) demonstrou, já em sua gênese, no final de 1995, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para ele, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais. Vale lembrar que um dos socorridos foi o Banco Nacional, da família Magalhães Pinto, a qual tinha como agregado um dos filhos de FHC.

Desvalorização do real. De forma eleitoreira, FHC segurou a paridade entre o real e o dólar apenas para assegurar a sua reeleição em 1998, mesmo às custas da queima de bilhões de dólares das reservas do país. Comprovou-se o vazamento de informações do Banco Central. O PT divulgou uma lista com o nome de 24 bancos que lucraram com a mudança e de outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas. Há indícios da existência de um esquema dentro do BC para a venda de informações privilegiadas sobre câmbio e juros a determinados bancos ligados à turma de FHC. No bojo da desvalorização cambial, surgiu o escandaloso caso dos bancos Marka e FonteCindam, “graciosamente” socorridos pelo Banco Central com 1,6 bilhão de reais. Houve favorecimento descarado, com empréstimos em dólar a preços mais baixos do que os praticados pelo mercado.

Sudam e Sudene. De 1994 a 1999, houve uma orgia de fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ultrapassando R$ 2 bilhões. Ao invés de desbaratar a corrupção e pôr os culpados na cadeia, FHC extinguiu o órgão. Já na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a farra também foi grande, com a apuração de desvios de R$ 1,4 bilhão. A prática consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos do Fundo de Investimentos do Nordeste foram aplicados. Como fez com a Sudam, FHC extinguiu a Sudene, em vez de colocar os culpados na cadeia.

Dr. Sócrates internado

Via Portal Nassif

A internação de Sócrates

Por André
Sócrates é internado em UTI com hemorragia digestiva

 AFP
Sócrates foi um dos principais jogadores da Seleção na década de 1980
Foto: AFP
Um dos maiores ídolos da história do Corinthians e membro da geração da Copa do Mundo de 1982, que encantou o mundo do futebol com um belíssimo futebol, o ex-jogador Sócrates, de 57 anos, foi internado nesta sexta-feira por problemas no sistema digestivo e se encontra na UTI do Hospital Albert Einstein.
De acordo com informações divulgadas pelo próprio hospital, Sócrates apresentou um quadro de hemorragia digestiva alta, por conta de uma hipertensão portal. O jogador acabou encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva nesta sexta-feira.
Ídolo do Corinthians, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira disputou as Copas do Mundo de 1982 e 1986 e defendeu, além do clube do Parque São Jorge, o Botafogo de Ribeirão Preto, o Flamengo e o Santos no País. O ex-jogador também atuou pela Fiorentina, na Itália. Atualmente, Sócrates é comentarista e participa do programa Cartão Verde, da TV Cultura.
O quadro do ex-jogador é delicado. Em entrevista à ESPN Brasil, o jornalista e amigo de Sócrates, Juca Kfouri, não escondeu a preocupação com a situação. "Ele teve uma hemorragia na madrugada, teve que ir para o hospital; sofreu uma cirurgia pela manhã. Sabemos que ele tem um problema de hipertensão, e como já tinha sofrido algo parecido meses atrás, fica a preocupação. É um quadro delicado", afirmou, antes de atualizar o quadro do ex-atleta.
"Ele está na UTI, sedado. Os médicos devem tirar ainda nesta noite para ver como ele reage, e estão otimistas. O quatro agora nesse momento é melhor do que já foi durante o dia; é aguardar", completou o jornalista à emissora de televisão.

domingo, 14 de agosto de 2011

O cenário do futebol brasileiro pode mudar profundamente...

Por Cosme Rímoli, no Portal R7
A aliança entre Ricardo Teixeira e TV Globo começou a se romper neste sábado. E Brasília autorizou a Polícia Federal ir até as últimas consequências no escândalo dos R$ 9 milhões do amistoso entre Brasil e Portugal…
divulgacao451 1024x698 A aliança entre Ricardo Teixeira e TV Globo começou a se romper neste sábado. E Brasília autorizou a Polícia Federal ir até as últimas consequências no escândalo dos R$ 9 milhões do amistoso entre Brasil e Portugal...
O que significaram aqueles três minutos no Jornal Nacional neste sábado?
A TV Globo finalmente colocou no ar a denúncia contra Ricardo Teixeira...
Uma história estranha, surreal...
Envolvendo o amistoso entre Brasil e Portugal em 2008...
Coube à empresa Ailanto Marketing, criada um mês antes da partida, promover o jogo...
Ela não tinha sequer telefone...
E seu patrimônio era de R$ 800,00...
Mesmo assim, o governo de Brasília repassou R$ 9 milhões à Ailanto...
O acordo foi firmado entre a Ailanto, Governo de Brasília e a CBF...
Vários veículos de comunicação noticiaram a estranha transação...
A Globo, aliada da CBF na organização da Copa de 2014, se manteve calada...
Até ontem...
Mesmo dia em que houve uma manifestação em São Paulo contra Teixeira...
Já havia acontecido no Rio...
A Polícia Federal está investigando a fundo a transação do jogo entre Brasil e Portugal...
A imprensa internacional já está dando a devida repercussão ao caso...
A rejeição a Ricardo Teixeira cresce de maneira inacreditável...
Um jornalista espanhol me perguntou na última quinta-feira...
"Ele vai suportar três anos de pressão, de rejeição?"
Respondi que dependeria não dele...
Mas dos seus aliados...
Ontem à noite, para surpresa geral, Teixeira parece ter perdido o seu principal aliado...
Sem a Globo ao seu lado, tudo pode mudar...
Sem o apoio incondicional da tevê que controlará a Copa, o dirigente se enfraquecerá...
A Fifa e o Governo Federal sabem disso...
E têm plena convicção que a rejeição ao Mundial de 2014 está muito ligada ao presidente da CBF...
A Polícia Federal tem ordem de Brasília de ir fundo na investigação...
E apontar quem está por trás da absurda transação...
O cenário do futebol brasileiro pode mudar profundamente...

Aos pais...

Do Adital
Meu querido papai

Selvino Heck
Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República
Adital


Eu escrevi pra mamãe no Dia das Mães, lembra? Daí eu pensei que também devia escrever pra ti, papai, no dia do Papai, senão era capaz de tu ficar brabo comigo. E tu é sempre tão bom pra mim, eu gosto tanto de ti, e eu queria dizer isso hoje. Eu sou muito feliz por tu ser meu papai. Todo mundo te chama de Ione, mas teu nome mesmo é Alcione Mahle.

Eu às vezes sou um pouco um pouco assim não sei como, assim meio tímido. Eu agora já dou a mão pro tio Selvino quando vem lá de Brasília. Ele me traz umas bolachas que as moças que cuidam do avião mandaram pra mim. Não sei se isso é mesmo verdade. Mas tu sempre pergunta pra ele se aquelas moças são mesmo bonitas. Aí a mãe, que fica escutando na cozinha, não gosta e diz que tu não é pra falar essas coisas pra mim, que eu ainda sou muito criança, que só tenho seis anos.

Eu ainda não sei, papai, o que vou ser na vida. Mas quem sabe eu posso ser como tu. Lá na vó Lúcia todo mundo gosta da tua caipirinha, principalmente o tio Cláudio, o tio Bruno, que é o tio Caco, e o tio Selvino. E eles gostam também do teu churrasco. Eles dizem que é muito gostoso e bem feito.

Eu também gosto de ir lá na vó Élly. Eu conheci o teu pai, o vô Lorivaldo, que já morreu. Eu ia nas plantações dele e comia os doces da vó Élly. Pena que eu não conheci o vô Léo, papai da mamãe. Ela sempre conta que ele era muito trabalhador, que ele criou nove filhos plantando na roça, participava muito da comunidade e ajudava sempre os outros. Um dia vou querer ser como o vô Lorivaldo e o vô Léo. Daí eu vou ser tão bom que nem tu e a mamãe.

Quem sabe, quando eu ficar grande, eu posso ser alguém que faz caipirinha boa ou churrasco. Ou ser um bom pedreiro com tu. Tu sempre conta que agora tem bastante obras e casas pra construir, porque o que era chefe do tio Selvino, o presidente Lula, e agora a nova chefe dele, a tia Dilma, estão fazendo muita coisa boa e que aí tem bastante serviço pra ti, pro tio Nei, o tio Cláudio e pra teu amigo Eder, que trabalham contigo. Pai, eu sei arrumar e construir várias coisas, como tu. E também sei quebrar brinquedos, principalmente os carrinhos que eu ganho.

Também posso ser jogador de futebol, como o tio Marino que tá meio velho, mas ainda joga muito bem. Ou trabalhar na roça como a mamãe. Se bem que ela diz que o tempo anda muito ruim, cai muita chuva. Aí não está dando verdura para vender na Feira do Produtor em Venâncio Aires ou levar pra escola. Agora eu posso comer a alface, a cenoura e o feijão que a vó Lúcia, o tio Marino e a mamãe plantam, as laranjas e as bergamotas que colhem direto no pé, a schmia que fazem no panelão, porque lá na escola São Luiz a nossa merenda vem da nossa comunidade de Santa Emília e de Mato Leitão. E é tudo coisa boa e gostosa. Diz o tio Selvino que isso foi decidido pelo tio Lula lá no governo dele.

Papai, eu só não gosto de tomar injeção. Estes dias eu estava meio doente, tu me levou pro hospital e eu tomei duas na bunda. Aí eu disse que estava andando torto como o tio Caco. Doeu muito.

Bem que eu gostaria, papai, de aprender a falar alemão como a vó Lúcia, a vó Elly. Tu e a mamãe sempre falam em alemão com elas e eu não sei quase nada. É uma língua tão enrolada!

Ah, eu sou gremista como tu. E sempre cuido das tuas coisas, papai. Quando o tio Marino um dia lá em Venâncio bateu teu carro novo no caminhão velho dele, eu disse que ele tinha que pagar, senão eu ia chamar a polícia.

Papai, um dia vou ser como tu. Vou ser forte como tu, mesmo sem gostar de verdura, que tu também não gosta. Vou ser trabalhador, vou cuidar dos outros.

Um grande abraço, papai, e para todos os papais. Eu gostaria que todos os papais fossem que nem tu, que cuidassem bem dos seus filhos, sempre brincassem com eles.

Um beijo do teu filho Gabriel.
Em dez de agosto de dois mil e onze.

sábado, 13 de agosto de 2011

Presidenta Dilma passando o Brasil a limpo

DO TIJOLAÇO

A percepção de mudança que levou á vitória eleitoral não é a percepção que se teve ter do Governo Dilma? E a Globo a dará?
As avós de antigamente – a minha, inclusive – diziam: meu filho, ser honesto não é mais que obrigação. Pois é isso mesmo. Quando honestidade se converte em “bandeira” política, pode crer que “tem batata nessa chaleira”. Que se a combata, sim e sempre, com todo o rigor  e também com equilíbrio, porque a honra e algo irreparável – mas que se deixe o palco da política para as grandes causas e desafios nacionais.
Até porque quem tem causa não rouba, luta.
Outro dia se disse aqui, comentando o erro primário de comunicação de pretender transformar a Presidenta em “faxineira” dos hábitos políticos que isso estava -perdoem o verbo – roubando o espaço do discurso político que precisamos ter para fazer o Brasil seguir mudando.
Ontem à noite, o jornalista Kennedy Alencar, uma rara exceção de equilíbrio na Folha, postou um texto digno de reflexão em seu blog.
Transcrevo um trecho:
“Dilma faz bem ao tratar com maior firmeza suspeitas e suspeitos de corrupção. Mas pretende evitar o clima de execução sumária que a faxina no Ministério dos Transportes andou estimulando. É uma operação de ajuste fino combinar rigor ético com a realidade de manter maioria no Congresso para governar.
Segundo um auxiliar, Dilma demonstra disposição de se aproximar dos políticos, mas não deixará de ser mais inflexível do que gostariam seus aliados quando o tema for corrupção.
A queda na pesquisa CNI-Ibope ajudou a ficha a cair. Para um ministro com trânsito no Palácio do Planalto, houve certa ilusão de que a imagem de paladina da justiça renderia somente bons frutos. O noticiário recheado de tantas acusações de corrupção tem reflexo negativo sobre a avaliação do governo.
Na opinião de Dilma, ela enfrenta um problema mais grave: uma nova maré mundial de dificuldades econômicas. Há gente no governo dizendo que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano será uma vitória se ficar entre 3% e 3,5% –distante do discurso oficial de 4% a 4,5%.
Aumentou a possibilidade de o Banco Central começar a reduzir os juros ainda em 2011. O dragão da inflação assusta menos. O fantasma do câmbio arranca os poucos cabelos da equipe econômica, mas é um problema que Dilma e ministros julgam ser difícil combater apenas com canetadas para proteger setores da economia doméstica.
O maior temor passou a ser uma queda significativa do crescimento do PIB, o que resultaria em menos empregos e menos renda.
Ter evocado a receita da crise de 2008-2009 parece uma boa saída. O herói daqueles dias foi o consumo das famílias, turbinado pelo fortalecimento do mercado interno de 2003 para cá.”
Mas se a comunicação do Governo esperar que a mídia mostre este caminho escolhido pelo Governo, é bom arranjar umas cadeiras. Este papel é – e tem de ser – da própria Presidente, usando todos os meios que puder para dirigir-se ao povo.
Não será o Jornal Nacional quem fará isso. Ele pode, sim, mostrar um “faxineira” e, logo em seguida, como “patroa rabugenta”, emendar: “mas não limpou aqui, ali e acolá”. E o clima de denuncismo e abusos de poder começa a grassar.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A renda e sua distribuição funcional

DO PORTAL VERMELHO.ORG

Distribuição funcional da renda

João Guilherme Vargas Netto *
O produto, a renda e a despesa nacionais são os três grandes agregados de uma economia e se equivalem monetariamente. Destes, o mais conhecido e falado é o produto, sob as denominações de produto interno bruto e produto nacional bruto. Quero falar sobre a renda e sua distribuição funcional.

 


Na distribuição funcional da renda, esta é agrupada segundo sua apropriação conjunta, basicamente, pelos trabalhadores e pelas empresas, bancos, donos de terra, rentistas e recebedores de aluguel. Algumas vezes separam-se também os impostos sobre produção e importação.

A distribuição funcional da renda revela, como um instantâneo fotográfico, a parte dos salários na economia nacional; se alta, este dado é positivo para a economia e para os trabalhadores; se baixa, há uma exagerada concentração de renda em benefício dos possuidores de bens e de dinheiro.

As grandes economias capitalistas têm, em geral, 60% ou mais da renda apropriada sob a forma de salários. No Brasil, a queda acelerada da participação dos salários na renda nacional deu-se a partir dos anos de ditadura militar, por forte crescimento econômico e acelerada concentração de renda. Já tivemos, em 1960, uma situação em que 50% da renda eram salários; caiu para menos de 40% durante os anos 90.

O jornal Folha de S. Paulo em matéria publicada no dia 7 de agosto (de Mariana Schreiber) analisou a distribuição funcional da renda nos anos recentes no Brasil com o título “Salário sobe em ritmo maior do que o lucro das empresas”.

A matéria revela, a partir de dados do IBGE, que a participação dos salários na renda nacional começou a subir nos últimos seis anos passando de 39% para 43%. Este é, em resumo, o resultado quantitativo da conjuntura favorável e da ação do movimento sindical (em particular os aumentos reais do salário mínimo).

Aumentar a participação dos salários na renda é uma das tarefas estratégicas do movimento sindical. A notícia é duplamente saudável: pelo que representa e pelo que lutamos para conquista-la.

É o melhor caminho para enfrentar as dificuldades e garantir para o Brasil, garantindo para os trabalhadores, o melhor futuro possível, com o protagonismo social relevante do movimento sindical dos trabalhadores.
* É consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo
* Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do site.

A verdadeira oposição tem nome: velha mídia

Do Tijolaço

Terça-feira, no almoço que teve com lideranças políticas do Rio de Janeiro, o Presidente Lula disse tudo o que precisava ser dito sobre a questão da moralidade administrativa:
- Quem roubar dinheiro público tem de ir para a cadeia.
Dito isso, esta questão do efeito-faxina tem que ser tratada no campo da política e da comunicação.
A oposição política, depois das três derrotas presidenciais seguidas e, sobretudo, depois que o país reencontrou o caminho do desenvolvimento, não tem tamanho nem causa política que possa usar para bloquear novos e necessários avanços.
Faz tempo que só tem como discurso uma moralidade administrativa que, no poder, nunca praticou.
É tristemente verdadeiro o que disse a D. Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais, quando afirmou, no ano passado, que a imprensa era, de fato, a oposição brasileira.
E, lamentavelmente, uma visão primária de comunicação está deixando a Presidenta ser conduzida pela linha que escolhe a oposição (a de fato) representada pela mídia.

Transformar a Presidenta em “faxineira” – como bem ressaltou, em seu blog, o publicitário Antonio Mello – além de aderir a uma visão machista primária, é deslocar o eixo de compreensão da luta essencial para um combate à corrupção – que não é mais que rotina e obrigação – sobre o qual se podem construir mil distorções e sobre o qual certamente se constrói uma visão despolitizante na população.
Ontem, uma faxineira profissional, arrumando umas fotografias, perguntou-me se eu conhecia muitos políticos – na verdade, só havia fotos com dois, Brizola e Fidel Castro – “destes que ficam roubando a gente”.
Um retrospecto de acontecimentos recentes mostra como estas questões tomaram, na mídia, o lugar de outras que representam a essencia do projeto de desenvolvimento nacional soberano e socialmente inclusivo.
O lançamento da plataforma P-56, um marco gigantesco na construção nacional de equipamentos para, que custo US$ 1,5 bilhão e tem o recorde de 73% de conteúdo nacional apareceu por 15 segundos no Jornal Nacional, no mesmo dia em que durante quase 20 minutos o ex-ministro Antonio Palocci ficava no “nem lá, nem cá” em relação aos questionamentos que sofria.
Depois vieram os casos DNIT, o Ministério da Agricultura, o do Turismo, todos com repercussão muito maior que, por exemplo, o lançamento do plano Brasil sem Miséria, ou os incentivos à indústria nacional, ou a redução de tributos e a simplificação da vida dos microempreendedores, sem falar no plano de educação técnica e outras iniciativas. O balanço do PAC 2 virou uma exposição dos atrasos e suspeitas em uma pequena parte dele, os 10% em atraso das obras no transporte. Ah, esqueci, deixou-se transformar a ação do BNDES no caso Carrefour-Pão de Açucar numa suspeita de obscuras transações com Abilio Diniz.
Estamos diante de um momento mundial gravíssimo, onde o nosso país se prepara para enfrentar uma recessão mundial com o desafio de não interromper seu crescimento. E nossas manchetes são quase que “policiais”.
O Governo, para o público, tem uma única pauta: a faxina. E só se coloca a faxina como prioridade se tudo está muito sujo.
O erro primário de comunicação e imagem está levando o Governo a ficar a reboque dos acontecimentos e criando uma paralisia política.
No post que citei, o Antonio Mello diz, com exatidão: “Eles querem levá-la ao inferno, presidenta, sob a luz dos refletores”.
Uma coisa, óbvia e necessária, é zelar pela probidade administrativa. Outra, bem diferente, é se deixar levar por um clima udenista que usa a moralidade como biombo para manter o Brasil onde está a mais de 500 anos, uma colônia na qual a elite não vê outro destino senão a bem comportada submissão à metrópole.
A Presidenta Dilma chegou ao lugar que ocupa porque é uma mulher de coragem e decisão, sim, mas sobretudo porque é uma pessoa que enxerga um destino para este país e tem o compromisso com a dignidade e a felicidade deste povo. Não por seguir a marquetagem do óbvio e seguir a pauta da mídia.
Pretender que seja percebida apenas como gerente é reduzi-la e reduzir o projeto que ela representa.