domingo, 31 de julho de 2011

Quem te viu e quem te vê?!

Do blog do Esmael

Fruet articula frente política com PDT, PT, PCdoB e PMDB

Fruet articula frente política.
O ex-deputado federal Gustavo Fruet (sem partido) informou ao blog que esta semana se dedicará às questões partidárias. Ele deverá embarcar à Brasília para conversar com dirigentes nacionais do PDT, PT e PMDB visando articular uma frente para disputar a prefeitura de Curitiba em 2012.
“Na semana que se findou eu busquei estreitar contatos com entidades do movimento popular e visitar bairros da capital”, disse.
A expectativa é que Fruet se agasalhe no PDT até o final deste mês, no entanto, ele também costura apoios nas searas do PT e do PMDB.
Ainda nesta semana, contou o ex-tucano, se encontrará com a direção municipal do PCdoB.
Gustavo Fruet articula a formação de uma frente de política com os partidos que compõem a base da presidenta Dilma Rousseff.

sábado, 30 de julho de 2011

GLOBO E A VERDADE SOBRE O PAC

DO TIJOLAÇO

A reportagem exibida ontem pelo Jornal Nacional é um primor de “urubologia”.
Com uma edição digna de programa eleitoral do PSDB, com números negativos exibidos em computação gráfica e imagens de obras supostamente paradas.
Numa tentativa de transformar o sucesso em fracasso, não há uma palavra sobre 89% das obras monitoradas  estarem em ritmo adequado, enquanto 8% estão em estado de atenção, 2% têm execução preocupante e 1% já foi concluído, até porque são obras pesadas, que não se fazem com um estalar de dedos. Esse é o número em valor, o critério mais adequado, porque não distorce o quadro, misturando pequenas obras com grandes projetos.
Em resumo: 90% está dentro do planejado e 10% apresenta problemas. Mas a Globo faz matéria apenas sobre os 10%.
Nem uma palavra sobre já estarem contratados R$ 25 bilhões para obras de saneamento, 87%  deles em obras cuja execução está em torno de 50% realizada.
Nem um segundinho para a informação de já entraram no sistema elétrico brasileiro 2 mil megawatts gerados por obras do PAC 2. Ou que 83% dos projetos de urbanização em áreas precárias estão em andamento, satisfatoriamente.
Mas muito tempo para o senador Alvaro Dias – aquele vice “viúva Porcina” de Serra, o que foi sem nunca ter sido – e para um economista da “Contas Abertas” (aquela mesmo cujos fundadores estiveram às voltas com os problemas panetônicos do Governo de José Roberto Arruda, no Distrito Federal.
A gente posta aí em cima o vídeo da apresentação feita pela Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para você ver, em detalhes, o que a emissora não deu. Quem quiser ter acesso ao balanço completo, pode acessá-lo aqui.
A Globo, por aí, vai sangrar na veia da saúde do Governo Dilma.
Porque ela pode ter defeitos, mas um deles certamente não é o de ser incapaz ou tolerante com atrasos e incompetência na gestão de projetos.
Mas isso tem dois aspectos bons.
O primeiro, que a Globo pode distorcer a realidade, mas não é capaz de revogá-la.
O segundo, o de que está se encarregando de mostrar que a comunicação do governo não pode ser baseada no que a grande mídia chama de “liberdade de expressão”, que é ela falar sozinha.
Quem sabe assim o pessoal de lá se convence de que precisa falar claro, mostrar os fatos e dar à imensa rede de solidariedade ao projeto que Dilma os meios para combater a “urubologia” global?

domingo, 24 de julho de 2011

Empreendedorismo de Internet na Criação do Futuro

Via Portal Nassif

O empreendedorismo na Internet

Empreendedorismo de Internet na Criação do Futuro
Por Ruy Queiroz
SÁB, 23 DE JULHO DE 2011 20:22
O imenso contraste entre, por um lado os números preocupantes do desemprego de Junho revelados há pouco pelo governo americano e, por outro lado, os números recordes de desempenho da Apple, as fabulosas operações de IPO da LinkedIn e da Zillow (levando o emblemático investidor Frank Quattrone a chamar a LinkedIn de "a Netscape da era atual"), traz de volta a discussão em torno do papel da inovação tecnológica na geração de riqueza. Nunca é demais lembrar que através do conceito absolutamente inovador de "internet browser" ("navegador da internet"), a Netscape abriu caminho para uma onda multi-bilionária de criatividade na internet que transformaria praticamente todas as indústrias e vidas de bilhões de pessoas online atualmente. Em 1995 o IPO da Netscape, então uma empresa de 18 meses de idade que ainda não dava lucro, incendiou os mercados financeiros gerando uma das maiores valorizações de ações no primeiro dia de oferta em toda a história das bolsas de valores.
Com sorte de campeã, a Netscape teve seu IPO num momento em que estava se processando uma maior democratização do investimento em bolsa de valores, e, como disse Sarah Lacy em "How We All Missed Web 2.0's "Netscape Moment"" (Techcrunch, 03/04/2011), não foram os bancos de investimento os responsáveis pelo estrondoso sucesso da oferta inicial da Netscape, mas sim os investidores individuais invadindo as corretoras para comprar um exemplar do produto que desejavam e que experimentou valorização tão rápida e dramática no mercado de ações. E o co-fundador da Netscape, Marc Andreessen, hoje investidor anjo e capitalista de ventura, "foi um sinal para todo hacker ou geek de que você poderia mudar para o Vale do Silício e construir algo enorme (e ficar rico) em questão de meses – algo que nunca tinha sido possível antes."
Aparecendo como um bastião de esperança no cenário econômico dos Estados Unidos, e, como diz Jon Bischke em seu artigo "A Tale Of Two Countries: The Growing Divide Between Silicon Valley And Unemployed America" (Techcrunch, 16/07/2011), uma das poucas coisas que ainda mantêm a expectativa de não deixar que o país perca a posição de uma das maiores superpotências econômicas mundiais, o efervescente setor de tecnologia parece ter retomado o ritmo alucinante de crescimento que se viu nos anos que antecederam o estouro da bolha da internet em 2000. Empresas de crescimento rápido como Facebook, Groupon e Twitter,cujas valorações de mercado atingem níveis estratosféricos, não apenas criam empregos, mas também atraem investimentos estrangeiros e geram enorme riqueza para seus empregados e acionistas que acaba circulando na economia do país. Até o mercado de automóveis de luxo se beneficia da efervescência do setor de tecnologia: em artigo publicado no Wall Street Journal ("Tech Boom Revs Up Demand for Luxury Cars", 21/07/11), Shayindi Raice relata que no Vale do Silício as concessionárias de carros de luxo experimentam um aumento significativo nas vendas desde o final de Junho.
Muito já se falou dos impactos econômicos da internet, e, entre os fatores apontados por vários estudiosos está o fenômeno da generatividade analisado por Jonathan Zittrain em seu artigo "The Generative Internet" publicado no Harvard Law Review em 2006. Em poucas palavras, Zittrain oferece três razões fundamentais: (1) generatividade é o que faz uma rede global de PC's interconectados se constituir numa tecnologia tão transformadora; (2) generatividade não é uma característica inerente ou imutável da rede de PC's que forma a internet, mas sim o resultado de um certo número de decisões de projeto implementadas em código executável, que podem ser modificadas posteriormente; (3) vulnerabilidades de segurança servirão de balizadores cruciais na manutenção de um equilíbrio entre as demandas por maior segurança por parte de consumidores e órgãos governamentais reguladores e as necessidades de abertura fundamentais para manter a plataforma propícia à criatividade e à inovação.
Mais recentemente, Barbara van Schewick em seu livro "Internet architecture and innovation" (The MIT Press, Junho 2010) faz uma análise pormenorizada dos princípios que estão por trás das referidas decisões de projeto que têm feito da arquitetura da internet um terreno fértil para a inovação. Em destaque a advertência apontando os impactos econômicos que poderiam advir associados a mudanças na estrutura da internet de uma arquitetura aberta permitindo a qualquer inovador desenhar uma aplicação ou compartilhar um conteúdo para uma estrutura na qual os intermediários (i.e., os provedores de serviço de internet) têm que autorizar o acesso a conteúdo e desenhar as aplicações principais eles próprios. Valendo-se de uma retrospectiva da história da internet, van Schewick vai buscar na teoria econômica o apoio necessário à sua afirmação de que uma internet altamente controlada não apenas constituiria um desvio de sua característica convidativa à inovação, mas também, e infelizmente, resultaria em grandes prejuízos aos interesses econômicos, culturais e políticos da sociedade.
A bem da verdade, acrescenta van Schewick, a arquitetura original da Internet foi baseada em quatro princípios de desenho – modularidade, hierarquia em camadas, e duas versões do muito celebrado porém muito mal-entendido "argumento fim-a-fim" (i.e., o intermediário não decide, apenas repassa). Van Schewick demonstra que esse desenho tem servido de terreno fértil para a inovação em aplicações e permitiu que aplicações e serviços como e-mail, World Wide Web, eBay, Google, Skype, Flickr, Blogger e Facebook emergissem e fossem bem sucedidos. Em última análise, a capacidade da internet de propiciar maior liberdade ao indivíduo, devido à sua característica de plataforma apropriada a uma maior participação democrática, e sua capacidade de alimentar uma cultura mais crítica e auto-reflexiva estão fortemente associadas a características resultantes da versão mais ampla dos chamados argumentos fim-a-fim.
Um dos empreendedores de internet em maior evidência no momento, Reid Hoffman, co-fundador e Executive Chairman da LinkedIn, dá seu testemunho em palestra intitulada "Entrepreneurs Will Create The Future" no encontro "Endeavor Entrepreneur Summit" organizado em San Francisco de 28 a 30 de Junho de 2011. Chamando a atenção para o fato de que o empreendedor hoje tem o papel de criar o futuro, Hoffman sugere alguns princípios básicos que devem ser seguidos por aqueles que almejam navegar pelo processo de empreendedorismo e criação de startups de inovação tecnológica. Para se tornar um empreendedor eficaz, Hoffman recomenda seguir alguns princípios fundamentais: ( 1) buscar sempre por mudanças disruptoras; (2) almejar alto; (3) construir uma rede em torno de seu empreendimento; (4) planejar para a boa e a má sorte; (5) manter uma persistência flexível; (6) lembrar que essas regras são apenas guias e não leis.
Nesse pormenor Hofmann lembra que quase todas as startups bem sucedidas passarão por momentos críticos, os chamados momentos de
"vale da sombra", quando todos na equipe inicial passam a se perguntar "por que é que essa é uma boa idéia?". E aí é preciso entender como lidar com o processo de agir com "persistência flexível", ou seja, adotar uma postura "pivotante" (i.e., girando em torno de um pivô): além de um plano A e um plano B, é preciso vislumbrar um plano Z na eventual necessidade de vender ou mesmo fechar a empresa.
Seja lá qual for o plano adotado, o fato é que, como diz Hoffman, empreendedores devem assumir o papel dos pioneiros modernos da era atual, no sentido de que devem estar procurando enxergar oportunidades e trazer produtos e serviços que permitam a sociedade inventar e se adaptar ao futuro, especialmente num momento de grandes mudanças como o aquecimento global, mudanças no mercado financeiro, e globalização.
Ruy José Guerra Barretto de Queiroz, Professor Associado, Centro de Informática da UFPE 

sábado, 23 de julho de 2011

"Somos o que somos porque uma elite se apoderou deste pais, mas o que poderíamos ser pode ser desenterrado dos livros oficiais deste país."

Do blog Olhos do Sertão

Vale a leitura: Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores




A letra abaixo de Geraldo Vandré é muito profunda e me deixa introspectivo, pensando no Brasil e nas lutas do povo brasileiro. Meu Deus quantos jovens perderam suas vidas, quantos trabalhadores deram suas vidas pelos seus ideais.

A letra é profunda e não nos deixa esquecer desses maravilhosos jovens. Aliás, devemos recontar a historia brasileira e colocar os jovens e brasileiros que de fato lutaram por este país. Somos o que somos porque uma elite se apoderou deste pais, mas o que poderíamos ser pode ser desenterrado dos livros oficiais deste país.

Eu cá aqui com os meus botões fico indignado quanto mais conheço as oportunidades que este país perdeu durante a sua história.

Meu Deus, com todo o potencial deste país, tivemos a sorte de perder as três últimas décadas do século passado. Quanta incompetência, quanta malandragem desta elite branca e perversa.

Devemos então, escutar o poeta e mais do que nunca, agora é preciso pensar e fazer porque esperar não é saber e vamos fazer agora acontecer.

Por isso, Olhos do Sertão convidam a todos para que, de olho na mídia, lutemos por este Brasil que está dando certo.

Assista ao vídeo e conheça mais um pouco da história deste país.

Aos professores de História oriento que procure trabalhar uma história viva, de fatos concretos. O vídeo e a própria letra são excelentes recursos para se recontar a história recente de nossa república. Falo recontar porque a historia oficial dos livros segue uma linha oficial.


Veja um vídeo abaixo e reflita sobre a letra 



Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Geraldo Vandré
Composição: Geraldo Vandré


Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)
Poderá também gostar de:

sexta-feira, 22 de julho de 2011

As mudanças que representam um reordenamento da riqueza no país que estava pendente desde a abolição da escravatura, em 1888; e que nossa elite não entende

Do Tijolaço
BBC republica matéria do jornal inglês  “Financial Times” que pode ter lá suas verdades, embora contenha um monte de informações erradas, que não ficam bem a um jornal que se arroga o direito de dar lições econômicas aos países menos desenvolvidos.
Diz que há uma luta entre duas classes médias: a “antiga” e a “moderna, formada pelos  milhões de brasileiros que ascenderam ao mundo do consumo durante o governo Lula.
“O jornal observa que os 33 milhões de brasileiros que deixaram a pobreza para integrar a nova classe média emergente foram os grandes beneficiados pelas políticas oficiais, enquanto a classe média tradicional considera que a situação no período ficou mais difícil. “Os preços da carne e da gasolina dobraram, pedágios nas estradas subiram e comer fora ou comprar imóveis ficou proibitivamente caro”, lista a reportagem”.
Epa, devagar.
A gasolina subiu, sim, mas está longe de ter dobrado de preço. Era de R$ 2,066, em 2003, segundo pesquisa nacional da ANP, contra 2,759 apurados na última semana. Está cara? Está, mas o aumento, portanto, não é de 100%, mas de cerca de 35%, em oito anos. A inflação no período, medida pelo IPCA, foi de 52,6%, o que aplicado sobre o preço da gasolina em 2003 daria R$ 3,15.
E o preço da carne? A arroba do boi gordo, em dezembro de 2002, segundo o Cepea-USP, custava R$ 57,58. No mês passado, oito anos e meio depois, R$ 97,22.  Aumento de 68,8%, contra uma inflação no período de 78,9%.
Estes são, de fato, dois produtos que subiram muito de preço, mas são apenas dois. O  “FT” poderia chegar a outras conclusões com itens que fazenm parte da cesta de consumo das classes A e B, como importados e viagens internacionais e teria resultados absolutamente inversos.
Os imóveis, inegavelmente, estão caríssimos. Faltou dizer que, entre outras razões, é porque há crédito. Isso fez “bombar” os imóveis para a classe média baixa mas, de maneira nenhuma, reduziu a procura por unidades mais caras. Tanto que os lançamentos e as vendas de imóveis de luxo e voltados para a classe média alta deverão permanecer estáveis em 2011, segundo afirma o Sindicato das Construtoras. Outro dia, aqui, a gente mostrou que, no ano passado,. dos 2316 imóveis  lançados  na cidade de Santos (SP), uma das que mais encareceu, 1268 unidades (55%) eram de valor superior a R$ 500 mil.
Quanto ao preço dos pedágios, é melhor que os leitores de São Paulo comentem de quem a classe média deve ter raiva.
As classes A e B não perderam nada. O próprio Marcelo Nery, citado como fonte pelo Financial Times diz que elas tiveram mesmo um aumento real de 10% em sua renda, em dez anos.
Mas um coisa é correta na matéria. Tem muita gente, elitista, que não se conforma em ver os pobres ascenderem, estudarem, terem acesso a bens e serviços como eles.
É o pessoal da “gente diferenciada”, como aquele lá de Higienópolis, que não queria estação de metrô.
E só quer ver de longe o pesoal da classe C, que teve 68% de aumento na renda, no mesmo período.
E que tem agindo em cima de si, uma imprensa incapaz de ajuda-la a ver que o progresso dos pobres é a única saída para que os mais ricos possam viver em algo que não seja uma selva.
Mas é o próprio professor Neri, no final da matéria, que vai ao centro do problema:
“Na avaliação de Neri ao jornal, as mudanças representam um reordenamento da riqueza no país que estava pendente desde a abolição da escravatura, em 1888.”
Em 2011, tem gente que ainda gostaria de conservar a senzala.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Direita e velha mídia: retroceder sempre, render-se jamais!

Da Agência Carta Maior


DEBATE ABERTO

Notícias do Brasil...

Na falta de outra opção, a direita estaria em busca do esvaziamento de Dilma para forçar Lula a se candidatar, e então derrotá-lo, nesse plano meio maluco de fazer o calendário voltar a 2002. Nada surpreendente. Regredir sempre foi especialidade da direita.

Começo me desculpando com os leitores da Carta Maior, pela prolongada ausência. O que a provocou foi, de começo, uma curta viagem ao Brasil, por obrigações profissionais e prazeres familiares. Depois, a ausência prolongou-se pelo retorno a Berlim, a retomada de atividades, planos, etc., e num clima estival de férias generalizadas, porque aqui é alto verão (meio friozito e chuvoso nos últimos dias...).

Também levei algum tempo para “digerir” a viagem e seus ensinamentos. É claro que acompanho o Brasil assiduamente pela internet. Mas a presença física é outra coisa. A passagem, embora rápida, me demonstrou algumas coisas.

A primeira delas, bastante aguda, é a falta de um discurso alternativo ao do governo – seja pela esquerda, seja pela direita. Aparentemente por falta de opções tanto um quanto outro batem na mesma tecla, a da corrupção. E lamentam que a população não se mobilize nas ruas contra esse novo “mar de lama” que assola o país. 

Não fico feliz com isso, como já deixei claro algumas vezes nesta coluna. Essa falta de discurso empobrece o debate, decididamente não estimula a esquerda que está no governo a aprofundar o pensamento. Estimula isso sim uma espécie de alienação que se pode detectar na própria direita, graças aos comentários irados, tendendo ao desaforo, que povoam blogs, sites e páginas na internet. Como os que acabo de ler agora com sandices tresloucadas sobre a morte de Salvador Allende, como se ele não passasse de um covarde stalinista asqueroso, não a vítima central entre as tantas provocadas por uma ditadura sanguinária – ela sim covarde – de Pinochet.

O Brasil em que essas pessoas vivem decididamente não é o mesmo em que eu vivi recentemente e que agora acompanho, ainda que de longe – para não falar do próprio mundo. Dou como exemplo o Chile, descrito por essas pessoas como um paraíso criado pela ditadura, enquanto milhares de estudantes saem às ruas para protestar contra o ensino privatizado e a desigualdade cresce, enquanto em outras países diminui, inclusive no nosso. Essa alienação foi notavelmente impulsionado a partir da campanha presidencial de José Serra, que, na verdade sem programa nem luz própria, limitou-se a reunir atrás de si o que de mais reacionário e conservador havia na política brasileira, de bispos católicos alucinados a uma extrema direita cavernosa, saudosa dos tempos dourados da tortura e dos apagões como metodologia política anti-esquerda. Uma pena. O Brasil merecia uma outra direita. Ou vai ver que não, porque essa direita não faz jus a um país com as potencialidades do Brasil.

Isso me leva a um outro capítulo – o segundo – que me despertou a atenção. Fiquei muito impressionado com duas entrevistas que li por esse tempo. A primeira foi de Fernando Henrique Cardoso, declarando, entre outras coisas, que fez muito bem em manter “uma certa neutralidade” durante a eleição passada. Penso que FHC não expressou nada de novo, apenas deu voz ao desconforto que o PSDB enfrentou em relação a seu próprio candidato. Aécio Neves, em Minas, apesar dos possíveis protestos em contrário, também manteve uma “relativa neutralidade”. Mas a declaração de FHC, agora, fora do período eleitoral de 2010, quando já se vislumbram alternativas para 2012 e 2014, chama a atenção, sinalizando que o desconforto só se ampliou. Coisa que a atitude fria da direção do seu partido em relação à última missiva de Serra só veio confirmar.

A outra entrevista, essa mais recente, foi de José Serra, dizendo que seu sonho – seu objetivo – é derrotar Lula em 2014. Essa me apanhou desprevenido. É claro que já sei que a nossa direita continua não engolindo Lula, assim como ficou 50 anos sem engolir Vargas – especialmente o segundo (ou terá sido o enésimo?) Vargas de 50/54. É claro também que a nossa direita não agüenta a popularidade mundial de Lula nem o novo papel de protagonista que o Brasil assumiu no cenário internacional desde seu primeiro mandato. É cristalino que a direita não conseguiu assimilar ainda o esboroamento de seu programa em nível nacional, continental e mundial. Aliás, isso não é nada original. Aqui na Europa o pensamento hegemônico não consegue imaginar nada além de seus credos ortodoxos para enfrentar uma crise que sua própria ortodoxia provocou. Ficam dançando em cima de pontas de facas tentando remediar uma sangria das economias nacionais em direção ao sistema bancário que não tem fim, seja de uma maneira catastrófica como nos países mais frágeis, seja de maneira ordenada em países mais fortes.

Agora, que um possível candidato levante essa bandeira em direção a 2014 significa que ele procura capitalizar atrás de si, como capital contra seus correligionários concorrentes, o revanchismo histórico como bandeira de luta. Ou seja, na falta de outra opção, a direita estaria em busca do esvaziamento de Dilma para forçar Lula a se candidatar, e então derrotá-lo, nesse plano meio maluco de fazer o calendário voltar a 2002.

Bom, mas regredir sempre foi especialidade da direita. Nada surpreendente, pois, nestas notícias do Brasil...

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

É PARA COMPETIR, SEMPRE!

DO TIJOLAÇO

Só saiu no ” Valor Econômico” o que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu a cerca de 200 empresários durante jantar em na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que formem “grupos de trabalho” para acabar com os gargalos dos setores em que atuam, da mesma forma que seu governo fez com as empresas de energia e petróleo, e levem os projetos ao governo federal.
Hoje, na matéria da Folha sobre as dificuldades do setor têxtil sobre a competição com o chineses, o presidente da  mostra que há essa disposição de diálogo e busca de soluções.
Em artigo publicado no pé da matéria, foi bom ler este tipo de atitude sendo tomado pelo setor, nas palavras do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Aguinaldo Diniz Filho.
“A desoneração da folha de pagamentos e a unificação da alíquota do ICMS para mercadorias importadas foram as boas notícias que a indústria têxtil e de confecção recebeu do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Também foi instituído grupo técnico a fim de analisar propostas para ampliar a competitividade setorial: intensificar fiscalização do comércio de importados e criar linhas de financiamento.(…)delineiam-se novas perspectivas, viabilizadas pelo diálogo e o entendimento entre sociedade e governo. Pode-se vislumbrar até mesmo um contra-ataque, mirando o universo de consumo das economias com as quais temos hoje desvantagem no comércio bilateral.”
É isso o que Lula propôs aos empresários. “O Brasil precisa deixar de reclamar da concorrência dos produtos chineses e buscar formas de concorrer com eles”.
É claro que os juros altíssimos do país e o câmbio sobrevalorizado são muito negativos para este e para outros setores da economia.
Mas se quisermos ficar só de “chororô” e não apontar as ações concretas para resolver nossos problemas de competitividade, vamos ficar para trás.
O Governo tem o dever de proteger a indústria nacional. Mas uma das formas de fazê-lo é estimular a inovação e a qualidade, além de reduzir os efeitos danosos dos juros e do câmbio.
Ouça um trecho da fala de Lula, clicando na seta abaixo da foto.

20 DE JULHO: DIA DO AMIGO

segunda-feira, 18 de julho de 2011

EUA: Calote de conseqüências imprevisíveis

Do Blog do Miro

Os EUA caminham para o colapso?

Por Altamiro Borges

Os EUA voltam a assustar a burguesia globalizada. Após a quebradeira do final de 2008, que agravou a crise sistêmica que já vinha das décadas anteriores, o país dá novos sinais de alerta para o mundo capitalista. A elite dominante não se entende sobre os remédios para enfrentar a doença e muitos “especialistas” já falam na iminência de um colapso econômico.

Até a mídia colonizada já reconhece o fiasco das políticas aplicadas pelo império. Em seu editorial de sábado, a Folha pinta um quadro bem sombrio. “Depois de numerosos alertas das agências de classificação de risco e de paralisantes confrontos entre democratas e republicanos, aproxima-se o momento da verdade para o governo dos EUA”.

Calote de conseqüências imprevisíveis

O dia 2 de agosto é o prazo final para Barack Obama elevar o limite do endividamento do país – que já atingiu o teto legal de US$ 14,3 trilhões. Caso não consiga dobrar o parlamento, o governo não conseguirá pagar os juros da dívida pública. “Na pior hipótese, seria inevitável um calote parcial, que teria conseqüências mundiais e imprevisíveis”.

As contas públicas dos EUA estão em frangalhos. Isto decorre da política neoliberal aplicada pelo governo, com os cortes nos impostos dos ricaços, iniciados por George W. Bush e mantidos por Obama; os bilionários gastos militares nas guerras imperialistas; e os pacotes de estímulo fiscal aos bancos e empresas que afundaram na crise de 2008.

Mais arrocho e miséria

Estas políticas, que socorreram os ricos e penalizaram o povo pobre, jogaram o déficit público dos EUA para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Estimativas da comissão de orçamento do parlamento ianque indicam que, sem adotar medidas urgentes, a dívida pública estadunidense superará 100% do PIB em 2021 e atingirá 190% em 2035.

Diante do caos, a elite dominante propõe mais arrocho sobre os trabalhadores. Os “democratas” defendem medidas mais “suaves”; já os republicanos, que sonham com a volta ao poder nas eleições de 2012, pregam botar para ferrar. A proposta de Obama é de um “ajuste fiscal” de US$ 2,4 trilhões em dez anos; mas os loucos do Tea Party, a extrema-direita do Partido Republicano, exigem mais.

“Desunidos num momento crucial”

Do “ajuste” proposto pelo presidente, 80% viriam do corte de gastos, incluindo programas sociais e sistema de saúde. Apenas 20% viriam do aumento de impostos. “Para republicanos moderados, a proposta de Obama era palatável. Ocorre que facções mais radicais do partido, como o movimento Tea Party, se recusam a aceitar acordo que envolva aumento de impostos”, relata a Folha, indignada com a desunião no império.

“Ninguém crê que o governo dos EUA cometerá suicídio financeiro. Fica, no entanto, a certeza de um sistema político em deterioração, polarizado e incapaz de encaminhar reformas estruturais. Com um índice de desemprego renitente e uma recuperação econômica frágil, os EUA se mostram desunidos num momento crucial”, conclui o editorial.

A insanidade imperial

Esta “desunião” tem reforçado os boatos sobre um possível calote da dívida. A moratória teria forte impacto sobre a economia mundial – inclusive no Brasil. Todas as nações seriam arrastadas pela insanidade imperial – que continua investindo em guerras (é responsável por 42% dos gastos militares no planeta) e socorrendo conglomerados falidos.

Na avaliação de Peter Diamond, Prêmio Nobel de Economia em 2010, os EUA caminham para o colapso e o calote da dívida é quase inevitável. Para o professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), este quadro dramático decorre das políticas ortodoxas, neoliberais, de cortes de gastos públicos e de redução dos impostos dos ricaços.

Ex-assessor de Obama, ele não vacila em criticar o atual governante, que descumpriu suas promessas de campanha e frustrou as esperanças de mudança. “A recessão mais profunda derrubou a arrecadação tributária do governo e limitou sua capacidade de tomar dinheiro emprestado. Resultou nas demissões... Foi uma política ruim estender por mais dois anos os cortes de imposto para quem ganha mais de US$ 250 mil promovidos por Bush... Certamente essa política pode provocar um default”.

Imagens da Semana

Do blog do Planalto

A semana em imagens (10 a 16/7)