sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
FELIZ ANO NOVO!!!
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
FGTS terá R$ 45 bi para setor habitacional em 2011
Luciana Otoni | VALOR
De Brasília
O orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o setor habitacional atingirá R$ 45 bilhões em 2011, 55,5% acima do montante de R$ 29 bilhões movimentados neste ano. O acréscimo considera a maior demanda por financiamentos, o avanço do programa Minha Casa, Minha Vida e a necessidade de reforço nos subsídios direcionados às famílias de baixa renda que forem adquirir a casa própria. Os subsídios à moradia popular somaram R$ 4,5 bilhões neste ano, ante R$ 3,35 bilhões em 2009, e tendem a ser maiores no próximo ano.
A ampliação do orçamento é possível, porque há projeção de acréscimo de receita. Em 2011, a arrecadação do fundo deverá superar R$ 60 bilhões e será obtida com a incidência de 8% sobre uma base maior de trabalhadores com carteira assinada e também sobre salários maiores.
O FGTS chega em 2011 com um patrimônio de R$ 255 bilhões, dos quais R$ 110 bilhões aplicados em títulos públicos. Nessa parcela das aplicações, as perspectivas são positivas, se considerada a indicação de alta da taxa básica de juros.
Além dessa carteira de ativos, outros R$ 110 bilhões estão investidos em habitação, saneamento e infraestrutura urbana, que deverão render cerca de R$ 15 bilhões no próximo ano.
As informações sobre o orçamento do fundo para 2011 foram apresentadas ontem pelo Ministério do Trabalho, durante balanço de aplicação das verbas neste ano. De uma maneira geral, o total de recursos injetados na economia aumentou R$ 2 bilhões em relação a 2009, atingindo R$ 74,64 bilhões.
O montante abrange R$ 45 bilhões em saques efetuados pelos trabalhadores, R$ 21,3 bilhões em desembolsos em habitação, saneamento, infraestrutura urbana, financiamentos tradicionais e operações de mercado, além de R$ 4,35 bilhões em subsídios para moradia à população de baixa renda. Também entra na conta R$ 3,39 bilhões do Fundo de Investimento, o FI-FGTS.
Neste ano, o FGTS registrou uma arrecadação líquida de R$ 11,5 bilhões. Os dados acumulados até novembro mostram uma receita bruta de R$ 55,2 bilhões e saques de R$ 45 bilhões. A tendência é de aumento das receitas e dos saques. Na ponta da despesa, os saques deverão aumentar em função do maior número de pessoas no mercado formal de trabalho, que tendem a usufruir dos direitos dos que possuem carteira assinada.
Fenômeno: mais que um craque, Ronaldo foi um dos personagens da década
Ronaldo, uma paixão brasileira
Enviado por luisnassif, qui, 30/12/2010 - Por Eugênio IssamuMais que um craque, Ronaldo foi um dos personagens da década
30/12/2010 - | da Folha.com
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Quando Ronaldo chegou ao Corinthians, com uma grande festa, com um corpo de ex-atleta e sem brilhar várias partidas seguidas desde 2002, temi que todo o fascínio se transformasse em frustração.
Não foi o que ocorreu. O humilde torcedor do Corinthians sente-se honrado, agradecido, por ter no time o maior centroavante da história do futebol mundial em todos os tempos, ao lado de Romário, mesmo que Ronaldo não jogue ou jogue mal.
Ronaldo, pelos gols decisivos na Copa de 2002, Zidane, pelo Mundial de 2006 e pelo título de melhor do mundo em 2003 (ganhou também em 1998 e 2000), Ronaldinho, pelo magistral futebol durante três anos no Barcelona, e agora Messi, um ET, o melhor jogador do mundo desde o ano passado, são os grandes destaques da década no futebol.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Os inimigos dos movimentos populares e sociais
Altamiro Borges: Estadão, inimigo da reforma agrária
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
por Altamiro Borges, no seu blog
O jornal O Estado de S. Paulo, que já nasceu demonizando as lutas camponesas (basta lembrar suas matérias hidrófobas contra a revolta de Canudos) e defendendo os interesses da oligarquia paulista do café, não desiste nunca da sua cruzada contra a reforma agrária. Em editorial na semana passada, intitulado “Deixem a agricultura trabalhar”, ele voltou a atacar todos – MST, sindicalismo rural, partidos de esquerda e setores do governo Lula – que defendem uma justa distribuição de terras num dos países de maior concentração fundiária do planeta. Todos seriam entraves ao “desenvolvimento econômico” do Brasil.
Para o Estadão, os heróis do povo brasileiro são os ricos fazendeiros. “Com superávit comercial de US$ 58,2 bilhões neste ano, o agronegócio é mais uma vez a principal fonte de sustentação das contas externas brasileiras, graças ao seu poder de competição”, bajula o editorial, que parece saudoso das velhas teses oligárquicas sobre a “natureza agrícola” do país. Não há qualquer linha de crítica à concentração de terras nas mãos de poucos latifundiários, ao uso do trabalho escravo e infantil, à abjeta contratação de jagunços e pistoleiros ou às práticas devastadoras do meio ambiente tão comuns no campo brasileiro.
“Um recado político” para Dilma
Este editorial, dos vários já publicados, tem um objetivo nítido. Com base numa entrevista do atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi, já confirmado para continuar no cargo, ele visa dar um “recado político” para o futuro governo. “O setor precisa de segurança para produzir bem e para ser competitivo. É um lembrete oportuno, a duas semanas da posse da presidente eleita, Dilma Rousseff”. O texto do Estadão expressa o temor dos ruralistas, para quem “o agronegócio continua na mira do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do PT, do MST e de outras organizações comprometidas com as bandeiras do atraso”.
Sempre ancorado na entrevista do ministro, o Estadão centra seus ataques exatamente na revisão dos índices de produtividade usados para a desapropriação de terras. Lembra que uma portaria já passou pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas que está engavetada no Ministério da Agricultura – e assim deve continuar. Em síntese, a família Mesquita se mantém na dianteira da luta contra a reforma agrária. Para ela, esta bandeira é coisa do passado e seus defensores representam o “atraso”. Neste esforço militante, o jornal não vacila em abandonar qualquer tipo de imparcialidade e difunde as maiores mentiras.
Mentiras sem escrúpulos
Sem escrúpulos, o editorial afirma que o agronegócio é responsável pela “produção eficiente de alimentos abundantes, bons e baratos, acessíveis a qualquer trabalhador… Pode ter havido razão econômica para a reforma agrária há algumas décadas. Mas a agropecuária transformou-se amplamente nos últimos 40 anos. O setor produz muito mais que o necessário para abastecer o mercado interno e para atender à crescente demanda internacional… A agropecuária brasileira se modernizou. Os defensores da reforma agrária continuam no passado. A presidente eleita faria bem ao País se escolhesse o compromisso com a modernidade”.
Estas teses, infelizmente encampadas por alguns desenvolvimentistas, não levam em conta que a reforma agrária é uma questão de justiça social e de ampliação da democracia no Brasil – a vitória do direitista José Serra nos redutos do agronegócio deveria servir de alerta! Elas também ignoram o papel econômico de uma distribuição mais justa das terras no Brasil. Neste sentido, o Estadão mente descaradamente. Não é verdade que o agronegócio garante a comida na mesa dos brasileiros. Muito pelo contrário. São os 4,5 milhões de famílias de pequenos proprietários que garantem 80% dos alimentos consumidos no país.
Atentado à inteligência do leitor
Como observou Lúcio Mello, num excelente artigo publicado no Blog da Reforma Agrária, o editorial doEstadão é um atentado à inteligência dos leitores. Ele abusa da desinformação e das meias-verdades. Omite, inclusive, os dados oficiais recém divulgados pelo censo do IBGE. “O agronegócio não é responsável por alimentos bons, baratos e de qualidade. Por mais que comamos soja, açúcar e café e [bebamos] suco de laranja, é o produtor familiar que abastece em sua maioria as cidades de leite, feijão e mandioca, gerando renda e impedindo o aumento do fluxo migratório para São Paulo, Rio de Janeiro” e outras capitais.
Ponderado, ele observa que “o editorial louva a importância do agronegócio na sociedade, sobretudo na pauta das exportações brasileiras e na promoção do superávit primário. Até aí, nada de errado. É reconhecido o papel da monocultura agroexportadora na chamada modernização conservadora entre 1964 e o fim da década de 70”. De resto, tudo é mentira.
Entre outras distorções, o Estadão omite que o agronegócio “tem parcela de culpa considerável na dívida pública brasileira, seja através das sucessivas dívidas simplesmente não pagas ou de repasses com ônus ao tesouro de projetos agropecuários faraônicos”, explica Lúcio Mello. Estima-se que esta dívida atingiu R$74 bilhões em maio de 2008. Isto sem falar da anistias às dívidas, dos juros subsidiados e de outras benesses do Estado.
O Brasil é delas: promessa é de grande percentual feminino na festa da primeira presidente
Mulheres engajadas na posse
Correio Braziliense - 29/12/2010
Com a mobilização de movimentos sociais, promessa é de grande percentual feminino na festa da primeira presidente
“Será um momento histórico. A Dilma será a primeira mulher da história do país a assumir a Presidência. Eu não podia deixar de vir a Brasília e participar.” A frase é da estudante paranaense do ensino médio Kamilla Kristina, de 15 anos. Ela saiu de Foz do Iguaçu e veio a Brasília, sozinha, para prestigiar o evento. O sentimento é compartilhado por outras mulheres, que também veem a posse de Dilma Rousseff, em 1º de janeiro, como um momento especial. “Pela primeira vez sairemos do contexto político em que só homens chefiavam o país”, comemora a professora Marli Coelho, 68 anos.
A chuva pode atrapalhar os planos. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais diz que a probabilidade de ocorrerem tormentas é de 90%. “Com tempo ruim ou não, calculamos que 20 mil pessoas estarão lá para ver a passagem da faixa presidencial. Essa é a expectativa. Difícil é saber se as mulheres serão maioria. Mas, pelo que tenho visto, há forte mobilização da secretaria nacional de mulheres do PT e virão várias caravanas de movimentos feministas”, avalia Jorge Coelho, secretário nacional de mobilização do PT. “Acho, inclusive, que não será qualquer chuva que fará a presidente eleita desistir de discursar ao povo no parlatório”, complementa.
“Eu vim para ver a Dilma e o Lula. Gosto dos dois e adoro política. Se votasse, seria nela com certeza. Gosto do jeito que ela comanda e como é exigente. Se não chover, a Esplanada vai estar cheia”, aposta Kamilla Kristina, hospedada na casa de amigos de familiares.
No dia da posse, seis tendas do PT estarão montadas para dar apoio à população. Serão distribuídos lenços comemorativos e água, item essencial para a funcionária pública Patrícia Lima, 40 anos, que pretende levar os quatro filhos à Esplanada. “Minha sobrinha que mora em Londres e está aqui em Brasília também quer ir. A ideia é levarmos bicicletas e patins para as crianças se divertirem”, conta. A expectativa da família é de que a primeira presidenta do país faça um bom governo.
Sucesso
A baiana Alda Maria, 42 anos e há 20 morando na capital, também acredita que Dilma será uma boa gestora. Ela diz que terá uma missão “sob encomenda” no dia da posse. “Vou ter que tirar uma foto da presidente para mandar aos familiares na Bahia. Minha irmã estava aqui na posse do Lula em 2003 e fotografou de pertinho o presidente. As fotos foram mandadas para nossa cidadezinha e fizeram sucesso por lá. Agora, minha obrigação é tirar uma foto da presidente eleita para prosseguir com o ritual”, diz.
Do estado do presidente Lula, a costureira pernambucana Ivone Marques do Vale, 52 anos, também veio a Brasília, pela primeira vez, visitar a filha. Ela planejou desde que saiu de Pernambuco ir à posse da presidente Dilma com a filha mais nova e o sogro. “Por ela ser mulher, o momento é especial. Não perderemos a posse de jeito nenhum. Votamos nela e a expectativa é a melhor possível”, conta.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Lula e o café da manhã com os jornalistas
“Dilma será a minha candidata em 2014″
Chico de Gois e Luiza Damé – O GLOBO
BRASÍLIA Embora mantenha no ar a possibilidade de voltar a se candidatar em 2014, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que vai trabalhar pela reeleição de Dilma Rousseff. Disse que esse é o caminho justo e legítimo, mas ressalvou que ainda é cedo para falar sobre a próxima eleição e que esse debate agora só interessa à oposição. Durante café da manhã com jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto, Lula falou de vários assuntos.
Disse que gostaria de voltar a ser amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, contou que o pior momento de seus dois mandatos foi o acidente com o avião da TAM, em 2007 — e não o escândalo do mensalão —, e sustentou que o salário mínimo, hoje de R$ 510, será de R$ 540 e não R$ 580 como querem os sindicalistas.
Lula disse ainda que não tem mais idade para voltar a estudar e considera que já aprendeu muito na Presidência da República: — Isto aqui é uma pós-graduação elevada à quinta potência.
Quando recebeu a faixa presidencial de Fernando Henrique, em 2003, Lula afirmou que seu antecessor deixava no cargo um amigo. Nos oito anos de mandato do petista, porém, a relação foi marcada por troca de farpas. Ao ser lembrado ontem do que dissera em 2003, afirmou: — Do ponto de vista pessoal, a hora em que eu encontrar o Fernando Henrique, voltamos a ser, se não amigos como fomos em 1978, quando eu o procurei para apoiá-lo ao Senado, amigos.
Em quase uma hora e meia de conversa com os jornalistas, no Salão Leste do Planalto, o presidente manteve o bom humor. Tomou pelo menos três xícaras de café e comeu pão com manteiga — enquanto se servia, lembrou, descontraído, que pediu ao Inmetro providências em relação às embalagens individuais de manteiga oferecidas nos aviões no Brasil, porque elas não tinham um ponto para abrir, como em outros países.
Ao final do café, Lula mudou o cerimonial e, em vez de tirar uma foto com os mais de 60 repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, como nos anos anteriores, pediu para o fotógrafo oficial, Ricardo Stuckert, fazer fotos individuais com cada um deles.
● GOVERNO DILMA: “Estou altamente confiante de que Dilma montou um governo capaz de aprimorar as coisas que fizemos. Ela conhecia a totalidade do conjunto da obra que estava sendo feita. Para ela não tem novidade. Ela conhece todos, boa parte dos ministros já trabalhava com ela. Ela vai ter uma vida mais facilitada do que tivemos em 2003, quando tudo era novidade: lidar com os ministros, com a imprensa, conhecer o Palácio.”
● SOLIDÃO: “Quando eu me refiro à solidão, me refiro aos finais de semana em que você não pode convidar as pessoas para ir à sua casa. Sou um ser humano de muitos amigos. Fiz uma opção predeterminada de ficar oito anos em Brasília. Eu não fui a nenhum restaurante, nenhum aniversário, nenhum casamento,
nenhum batizado. Hoje, em qualquer lugar a que você vai tem gente com um celular filmando, gravando, bisbilhotando a vida da gente. Eu fiz uma opção e acho que foi correta porque coloca o cargo de presidente menos vulnerável nas rodas de cerveja e uísque.”
● DESENCARNAR: “Estou interessado em passar por um processo de desencarnação da Presidência. Se você deixa a Presidência e continua fazendo política, logo em seguida vai estar sempre com a Presidência na cabeça. Isso não é correto, não é bom para mim nem para quem vai assumir. Vou passar um tempo sem dar palpite em política. Vou tentar voltar à normalidade.”
● SAUDADE: “Acho que vou sentir falta da relação de amizade que fiz aqui. Usei muito pouco a piscina (do Alvorada), tenho muito medo do helicóptero e por isso não vou sentir falta da piscina nem do helicóptero. Acho meu apartamentozinho em São Bernardo pequeno, mas é mais aconchegante que o Palácio (da Alvorada). Vou sentir falta, por incrível que pareça, de vocês. A gente sente falta das coisas com que a gente convive, não das coisas abstratas. Sentir falta não é correto. É sentir saudades. E a gente só sente saudades do que a gente gostou.”
● MEMORIAL: “Eu ainda não sei como, mas pretendo construir um memorial em que a história possa ser contada, e (com isso) dar às
pessoas toda a possibilidade de analisar como quiserem. Você tem uma história de vida muito grande, uma história de militância política, de organização sindical, da fundação de um partido, da disputa de tantas eleições. Tudo isso resultou num material riquíssimo. O Lula não surgiu do nada. Ele é resultado de um movimento que começa com a rebelião dos estudantes nos anos 60, a rebelião dos sindicalistas nos anos 70, a criação de movimentos sociais espalhados
por este Brasil afora, a Teologia da Libertação. Eu sou resultado de uma sociedade em processo de efervescência.”
● JOSÉ ALENCAR: “Duvido que no mundo alguém tenha encontrado um vice-presidente da magnitude que eu encontrei no José Alencar. (…)
Estou pedindo a Deus que ele esteja bom e venha para a posse.”
● FERNANDO HENRIQUE: “Sou um homem que não leva para casa as divergências. O que vocês precisam entender é que os tucanos são os principais adversários do governo. É normal que haja um acirramento nas relações. Do ponto de vista pessoal, a hora em que eu encontrar o Fernando Henrique, voltamos a ser, se não amigos como fomos em 1978, quando eu o procurei para apoiá-lo ao Senado, vamos ser amigos. Eu vou respeitá-lo e espero que a recíproca seja verdadeira. Obviamente que sempre haverá aquela chatice de ficar comparando os dois períodos. Mas aí são números, e, para a gente não ficar brigando com os números, é melhor a gente não divergir. Deixe que cada um analise como quiser.”
● ACIDENTE TAM: “A mágoa mais profunda que eu tenho foi o caso do acidente com o avião da TAM. Nós fomos condenados à forca e à prisão perpétua em 24 horas. Jogaram a culpa do acidente da TAM nas costas do governo, e depois ninguém teve sequer a sensibilidade de pedir desculpas. Ali foi o momento mais difícil. Fazer o quê? Na vida da gente não acontece só coisa boa. Se tivesse de não lembrar, era desse dia. Foi o pior dia que passei na Presidência. Do ponto de vista pessoal foi pior, porque o outro (a crise do mensalão) era um problema político, e, na política, os partidos é que tratem de resolver. Não esqueço nunca o editorial que saiu jogando 200 cadáveres nas costas do governo.”
● CONTROLE DA MÍDIA: “Eu não defendo o controle da mídia, defendo a responsabilidade da mídia. A mídia brasileira precisa parar de achar que não pode ser criticada. Ela se dá ao luxo de criticar todo mundo, mas, quando se critica a mídia, ela acha que é censura. O dono do jornal ou da revista fazer a matéria que ele quer e contar a mentira que quer é liberdade de imprensa. Alguém criticar é censura? É preciso balizar isso aí. Duvido que você encontre um lugar em que a imprensa é tratada com a liberdade com que é tratada no Brasil.”
● MARCO REGULATÓRIO: “Não é possível que as pessoas que passam o tempo todo falando em modernidade, inovação, na hora em que
você fala ”vamos fazer o marco regulatório”, achem autoritarismo, que está querendo ter intromissão na liberdade de imprensa. Fazer um debate público, como o que fizemos, isso é liberdade de imprensa. Creio numa liberdade de imprensa onde eu possa discordar. Espero que seja feito um debate onde todos
participem, e ninguém se sinta fora.”
● CRISE FINANCEIRA: “Tínhamos uma crise econômica em que o dinheiro desapareceu do mercado. Liberamos US$ 100 bilhões do compulsório para que os bancos pudessem comprar carteiras dos bancos menores. O que queríamos era facilitar o crédito. Foi por isso que houve uma intervenção forte da Caixa, do Banco do Brasil e do BNDES. Por isso voltamos à normalidade mais rápido do que os outros países. Se a Alemanha tivesse ou se a Grécia tivesse tomado as medidas com a rapidez que tomamos, não teria se aprofundado a crise europeia. Nesse aspecto, tem de valorizar muito o trabalho do ministro Guido Mantega (Fazenda) e do (Henrique) Meirelles (presidente do Banco Central).”
● FACULDADE: “Eu não tenho mais idade para estudar. Eu queria mesmo era ser economista. Mas temo que tenha pouco mais a aprender do que aprendi na Presidência da República, porque isto aqui é uma pós-graduação elevada à quinta potência. Ou seja: aqui você tem de entender de um conjunto de coisas e tem de deliberar, por isso só pode um de cada vez. Não sei se tenho idade de fazer o Enem.”
● 2014: “Em 2014, eu trabalho com a ideia fixa de que a companheira Dilma será outra vez candidata à Presidência da República. É justo e é legítimo que quem está no exercício do mandato e está fazendo um bom governo continue governando. Então a Dilma será a minha candidata em 2014. Só existe uma hipótese de a Dilma não ser candidata: ela não querer. Na minha opinião, é líquido e certo o direito de ela ser candidata à reeleição. E ela sabe disso. Portanto, acho que é muito cedo para a gente discutir 2014. Nós nem começamos 2011. Você nem deu posse e já está pensando em 2014. Isso interessa a quem quer correr contra a Dilma. Terá um monte de adversários querendo transformar 2014 na pauta de segunda-feira, e cabe a quem está no governo governar.”
● INFLAÇÃO: “Eu não posso mais dar palpite sobre economia. Inflação, 5,3%, estamos dentro da meta. Se a meta é 4,5% e você pode dois para mais ou dois para menos, qual é o problema? A inflação me preocupa todo dia e toda hora. A inflação corrói o salário. A nossa, neste momento, está dentro da meta. Portanto, não tem nenhuma preocupação. Se houvesse risco de ultrapassar a meta, essa preocupação teria maior importância. Em janeiro vai ter reunião do Copom, o presidente do Banco Central será outro, a presidente será outra.”
● JUROS: “A última vez em que o Copom se reuniu no meu governo, não aumentou juros. É o máximo que eu posso falar. Eu não vou ficar
nem como aqueles monetaristas que acham que têm de aumentar juros a toda hora nem como aqueles que ficam na Fiesp dizendo que você tem de baixar os juros. Esta coisa é o seguinte: a dosagem do remédio, dá quem tiver autoridade para cuidar do paciente. O Brasil está seguro, e a Dilma sabe, porque participou de muitas reuniões, para enfrentar qualquer situação de adversidade.”
● SALÁRIO MÍNIMO: “R$ 540 foi o valor aprovado no Congresso. Se tiver que fazer alguma mudança, a presidente Dilma fará em janeiro.
Temos uma proposta justa, coerente e que tem de ser levada a sério. Os companheiros sindicalistas não podem fazer um acordo, e esse acordo só valer quando é para ganhar mais. Quando é para ganhar menos, não vale. Temos uma proposta de recuperar o salário mínimo até 2023, numa combinação de inflação e crescimento do PIB. É fato que, na crise americana, tivemos um PIB menor, e vai ser só a inflação. Mas é importante olhar para o ano que vem,
quando vamos ter crescimento do PIB de 8%, com uma inflação de 5%, e será um reajuste de 13%. As pessoas precisam olhar isso.”
● TERCEIRO MANDATO: “Estou tendo dificuldade de deixar (o mandato)? Não. Tomei posse no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo no dia 24 de abril de 1975. Em 76, convoquei assembleia e defini, sem ninguém pedir, que o presidente do sindicato não poderia ficar mais do que dois mandatos. Ora, quando eu tinha liberdade de ficar o tempo que eu quisesse, não quis. Por que num mandato que está na Constituição com prazo de entrada e de saída eu iria pedir para continuar? Acredito muito na democracia e acredito na necessidade da alternância. É preciso ter sangue novo para fazer coisas novas. Por isso eu não pleiteei. Se vale para mim, vale para os outros. Aí você pega o terceiro e quer o quarto. Aí você pega o quarto e quer o quinto. Em vez de criar uma democracia, está criando uma ditadurazinha.”
● VENEZUELA: “A Venezuela tem o regime que eles querem ter.”
● ESTADOS UNIDOS: “Gostaria que a relação dos Estados Unidos com a América Latina fosse diferente do que é hoje. É preciso que os EUA compreendam a importância da América Latina pela proximidade, pela quantidade de latino-americanos que vivem nos Estados Unidos. Os americanos não têm uma visão otimista para a América Latina. Sempre houve uma relação de império com os países pobres. Essa visão precisa mudar. Espero que ele (Barack Obama) venha ao Brasil em 2011 e visite outros países da América do Sul, porque 2012 é ano eleitoral lá, e é difícil ele sair. A verdade é que não mudou nada a visão dos Estados Unidos para a América Latina. Vejo isso com tristeza.”
● IRÃ: “Um momento importante da política externa foi a nossa proposta de negociação com o Irã. Todo mundo aqui vai viver um pouco mais, todos um pouco mais do que eu, e vão saber que o Brasil estava certo de negociar com o Irã, quando conseguiu que o Ahmadinejad aceitasse a proposta de participar do grupo de Viena. E a única coisa que fez não ter resultado foi que o Conselho de Segurança achou que era demais alguém que não era do meio deles ter conseguido o que eles não conseguiram. Isso foi triste, lamentável, mas, de qualquer forma, foi feito.”
● DIREITOS HUMANOS: “O Brasil não fez nenhuma concessão. O Brasil defende mudança no Conselho de Segurança porque não quer ser subserviente, porque quer preservar a sua soberania. Os nossos críticos são aqueles que acham que o Brasil vai acordar de manhã e pedir licença para espirrar, pedir licença à União Europeia para tossir. Esses são nossos críticos.”
● CARGO NA ONU: “Acho que na questão da ONU devemos ter alguns burocratas muito competentes para dirigir os fóruns internacionais e diminuir o ímpeto da política. Se o presidente do Brasil aceita ser secretário-geral da ONU, por que amanhã não pode ser o dos Estados Unidos? Aí fica muito difícil. É melhor que a gente coloque sempre um bom técnico, uma pessoa competente.”
● NOBEL: “Não sei se o Nobel da Paz teria vindo bem. Ele vem para pessoas que merecem receber o Nobel da Paz. Não sei qual o critério e não vou fazer julgamento.” ■
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
AUTOESTIMA: O RESGATE DO ORGULHO DE UM POVO.
O RJ CADA VEZ MAIS LINDO!
O novo Cais do Rio.
Vai ser um espetáculo !
O amigo navegante pode escolher.
Puerto Madero em Buenos Aires ?
Ou Estação das Docas em Belém do Pará ?
O cais do Porto do Rio vai ser ainda mais bonito: clique aqui para ver !
Saiu na colona (*) do Ancelmo, no Globo, pág14:
“Lula e Eduardo Paes, o prefeito do Rio, assinam hoje em Brasília o contrato com a Caixa para a demolição do viaduto da Perimetral.”
Com isso, será possível esquecer o Minhocão do Rio – outro horror – e colocar no lugar o novo Cais do Porto.
Ancelmo, que já teve dias melhores, debocha do presidente Lula, porque quebrará uma maquete para simbolizar o início das obras.
É isso mesmo.
Lula pode quebrar quantas maquetes do Rio quiser.
Nenhum presidente fez tanto pelo Rio quanto ele.
Lula trouxe a Copa para o Maracanã.
Lula trouxe a Olimpíada para o Rio.
Lula ocupou o Alemão.
Financiou as UPPs.
Lula montou o maior pólo petroquímico no Rio.
Lula refundou a indústria da construção naval do Rio.
Lula destruiu a Petrobrax do FHC e do Cerra e manteve a Petrobrás – no Rio – sob controle dos brasileiros.
Lula ajudou o salário do Rio a ultrapassar o de São Paulo.
Lula não é candidato a presidente.
Quem inaugurou maquete como candidato a presidente foi o Padim Pade Cerra e o Globo não pareceu indignado.
Por causa do Lula, diz o próprio Ancelmo, o prefeito do Rio vai assinar com o BNDES uma linha de financiamento para instalar 100 mil – 100 mil ! – computadores em escolas públicas – PÚBLICAS ! – do Rio.
E a garotada não vai precisar ler o Ancelmo, nunca.
Vai tudo para a internet !
O problema do Globo é que enquanto o Carlos Lacerda não ressuscitar e remover as favelas, o Globo, que é do Rio e vive no Rio, vai odiar o Rio.
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: entre as desgraças que se abateram sobre o Rio no Governo Lula, cabe ressaltar a que aparece hoje na Folha (***), pág. B12:
“Light prevê lucrar com favelas sem ‘gatos’ – Empresa vê ‘oportunidade de negócios’ após pacificação de algumas favelas do Rio; prejuízo anual era de R$ 1 bilhão”.
Que horror ! A ocupação do Alemão foi uma derrota !
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.