domingo, 30 de outubro de 2011

A hipócrita Hippolito (rabo de palha)

Por Eduardo Guimarães em seu blog
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Lula e os porões da política



Ontem, assistimos, mais uma vez, ao espetáculo deprimente que é a política sendo feita sem pudor, sem tergiversações. A repercussão da doença de Lula na mídia revela que essa atividade se baseia, hoje, em absoluta falta de decência e de lealdade nos embates entre os que deveriam terçar idéias para melhorar a vida das pessoas.
Na busca por causar o maior abatimento moral possível ao adversário, vale tudo. Principalmente chocá-lo com ausência de um traço de humanidade em seus adversários e, assim, deixá-lo assustado ao imaginar a que ponto chegariam para destruí-lo.
Nos últimos dias, dois casos se encadearam em demonstrações análogas, ainda que em níveis extremamente desiguais, de como, não raro, a política passa até pelo ato supremo de tirar a vida de um adversário da forma mais selvagem que se possa conceber.
Um desses casos reside nos detalhes sobre como Muamar Kadafi, ex-ditador da Líbia, foi assassinado por seus adversários… políticos. O outro caso, de nível de virulência infinitamente menor, mas igualmente assustador, foi ver a forma como a mídia tratou a doença de Lula.
Melhor não entrar nos detalhes sobre o assassinato de Kadafi, pois ainda visualizo a imagem mental que se me formou ao saber das sevícias que sofreu antes de colocarem fim ao seu suplício. Sobre Lula, a mídia o acusou de supostamente ter se causado o mal que o acomete, e comemorou a possibilidade de a doença ter êxito onde seus adversários “humanos” falharam.
A política, como a conhecemos, não requer capacidade, honestidade, talento ou boas intenções; requer capacidade de ser canalha ao impensável, de trair sem culpa, de não ter piedade ou comedimento algum na busca por atingir o oponente. Para vencer o adversário, vale tudo. Principalmente cinismo, muito cinismo.
É uma atividade para profissionais com “couro duro”. Nesse aspecto, somente alguém que saiu de uma região miserável, que passou fome e privações de toda sorte, que sofreu humilhações que arrasariam moralmente qualquer pessoa pode suportar a deslealdade da política em suas manifestações menos contidas.
Enganam-se, porém, os que julgam que um tumorzinho conterá alguém que, apesar de tudo pelo que passou, fez do Brasil a terra de promessas mil que jamais sonhamos que se tornaria. A selvageria dos adversários é antiga, conhecida e previsível. Lula, portanto, só precisa se precaver contra a traição, que se confunde com a política.
Por fim, resta, apenas, uma dúvida: será que esses 80% dos brasileiros que pesquisas recentes mostraram que devotam carinho extremado a Lula estão gostando de ver a mídia comemorar a sua doença?
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Conheçam melhor, abaixo, quem é a comentarista da CBN que atribuiu a doença de Lula ao “alcoolismo”

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A fábrica da Chery em Jacareí vai funcionar a partir de 2013

Tijolaço

A fábrica da Chery em Jacareí vai funcionar a partir de 2013
Embora não esteja em vigor, por decisão do STF – como é rápido o STF nestas questões, não é? -a elevação da alíquota do IPI já está produzindo efeitos. Hoje, segundo o Valor, a montadora chinesa Chery aunciou seus planos de acelerar a construção de sua fábrica em Jacareí (SP), pedindo prazo para se adaptar ao índice de 65% de nacionalização dos veículos. Na mesma região do Vale do Paraíba, do lado fluminense, virão a Nissan , a Man – divisão de caminhões VW – e a expansão da Peugeot Citröen, fora a fábrica de máquinas da Hyundai, em Itatiaia.Aliás, seria bom o pessoal que acha o trem-bala uma tolice olhar essa evidente tendência à reocupação industrial do eixo  Rio-São Paulo, não é?
Ah, e tem também  Renault no Paraná, a JAC Motors na Bahia, a BMW em São Paulo…todas de uns meses para cá. Claro, ninguém quer ficar fora do quatro mercado automotivo do planeta.
Em tudo há possibilidade de acordo, se houver mesmo a intenção de fabricar aqui, gerando uma cadeia de fornecedores local, que pode, esta sim, receber diferimento tributário e repassar em preços para as montadoras.
Nem mesmo as que vão pagar IPI, como a luxuosíssima Rolls Royce, que acaba de anunciar uma filial de revenda aqui de seus carros para super-ricos. Vai ser bom, porque a turma do “Cansei” vai morrer numa boa grana para comprar, com esta carga tributária monstruosa, os seus brinquedinhos de R$ 2 milhões.
Ah, isso é a versão básica.

Cidades: Como compartilhar problemas (e soluções)


Aplicativo aponta problemas das cidades

Por raquel_
Da Carta Capital
Clara Roman
Um novo aplicativo do Facebook pretende ser a ponte entre população e governo ao tentar mapear principais desafios da cidade
Enquanto o Facebook e Twitter tornam-se propulsores de movimentos sociais no mundo todo – inclusive no Brasil – um movimento intitulado Cidade Mais Feliz acaba de criar um aplicativo que funciona como uma ponte entre gestores de políticas públicas e seus usuários. O “My Fun City”, lançado há duas semanas e disponível tanto para Facebook, Iphone e Ipad, realiza um ranqueamento de problemas das cidades cadastradas a partir da interação com seu usuário.
“My Fun City” possui apenas três mil usuários. Mas, se a ideia pegar, pode se tornar um termômetro para o poder público e um auxílio na tomada de decisões sobre políticas públicas. “Queremos que seja divertido, mas que possa ter reflexos na vida real”, explica Alexandre Sayad, um dos criadores.
A rede funciona assim: o usuário digita seu endereço na página inicial – ou utiliza a própria geolocalização do Iphone e Ipad. Em seguida realiza seu check-in, isto é, classifica a região a partir dos critérios trânsito, quantidade de hospitais, museus e parques, opções de lazer, conservação das ruas, policiamento, limpeza das vias e barulho. Atualmente, além de escolher uma “carinha” feliz ou triste, o usuário pode também fazer comentários sobre a situação do local.
A Rede Nossa São Paulo, movimento que pensa políticas públicas para a cidade, é um dos parceiros, responsável por auxiliar na produção de perguntas e critérios para o aplicativo no futuro. Além disso, ela utilizará os dados da rede para propor políticas públicas para a cidade de São Paulo, constituindo um primeiro contato do projeto com o poder.
Uma parceria também foi traçada com diversas prefeituras por todo o Brasil, mas nenhum acordo foi fechado. Como todas as informações serão abertas, os governantes podem acessar livremente o conteúdo gerado pelos usuários. Mas, lembra Sayad, os dados não têm valor estatístico – servem apenas como termômetro. O principal parceiro ainda é o Facebook, que disponibilizou o aplicativo em sua página inicial como iniciativa social. Outra aproximação importante foi feita com a Ouvidoria Geral da União, que poderá utilizar dados da rede para orientar suas ações.
A ideia surgiu em uma passagem de Sayad pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), um dos principais pólos de pesquisa mundiais, localizado nos Estados Unidos. Fora do Brasil, iniciativas como essa têm inundado a internet, nem sempre explodindo em acessos e participantes, mas com alguma repercussão.
Um aplicativo do Google foi essencial no Haiti para mapear locais seguros ou não após o terremoto. As pessoas mandavam as informações por computador ou celular e o Google localizava os pontos em seus mapas. Já o “10 Questions Presidential Forum” (10 Questões – Fórum presidencial) reuniu 120 mil usuários para votar questões a serem enviadas aos candidatos ao governo americano. Por sua vez, o “World Without Oil” (Mundo sem petróleo) traz um jogo de realidade virtual sobre um mundo sem combustíveis fósseis, no qual as pessoas refletem sobre soluções para uma alternativa energética.
Além de fornecer inspiração para os realizadores desse projeto – o primeiro do tipo no Brasil – o contato de Sayad com o MIT estabeleceu uma outra parceria importante. Desde seu lançamento, a rede ‘My Fun City’ foi divulgada na cidade de Newton, em Massachussets, e, se tiver adeptos, deve se tornar um modelo para os pesquisadores americanos. Por isso, o aplicativo possui uma versão também em inglês.
A rede ainda está engatinhando, com poucos usuários e opções de atividades. Um passo inicial. As ideias, entretanto, são muitas. “O que a gente quer, no futuro, é entregar informações com inteligência, com recortes”, afirma Sayad. Ele imagina seu projeto como uma possível fonte de informações para a mídia.
Por enquanto, a rede é tocada unicamente por alguns sócios – entre eles, o presidente Mauro Motoryn e Sayad – responsáveis também por bancar a iniciativa, que não possui fonte de recursos própria. É uma continuação dos trabalhos do projeto Cidade Mais Feliz, que já atua há alguns anos auxiliando ONGs e instituições sem fins lucrativos na arrecadação de recursos.

sábado, 22 de outubro de 2011

O tolo pela parte

Do blog Somos todos andando

As curvas do articulista

De fato, nem é preciso entender tanto de economia. Nem para ver que não se pode julgar o todo pela parte, como Hélio Schwartsman argumenta na Folha de S.Paulo, nem para perceber que o filósofo fez uma curva muito hábil para fugir do assunto. O colunista comenta o Occupy Wall Street e seus derivados. Digo que ele é hábil porque argumenta muito bem e embasa sua tese. Não nego que concordo com a ideia principal do texto, publicado dia 20, que diz que não se pode generalizar e apontar o dedo para todos os banqueiros dizendo que são todos malvados. Mas não é disso que se trata, e aí vem a curva.
Não estive em Nova York, mas conversei com alguns dos ocupantes da praça em frente à Catedral de St. Paul’s, em Londres. Eles não demonstravam ódio aos banqueiros enquanto pessoa. Até demonstravam compreensão. Um deles me disse que muita da comida que sustenta os cerca de 150 acampados vem de doações, inclusive de banqueiros. E que eles sabem que fazem parte de um sistema podre, que alimenta a desigualdade. Sabem que seu trabalho é a causa de muitas das coisas erradas contra as quais o movimento está lutando. Eles concordam com a luta, não com o seu trabalho. Eles veem no movimento Occupy the London Stock Exchange (Ocupem a Bolsa de Londres) ou em qualquer outra das iniciativas-irmãs pelo mundo um tanto de razão. Mas têm que trabalhar e sustentar as crianças, como diz o clichê.
Com isso tudo, não quero dizer que os banqueiros são bonzinhos e apenas vítimas sem alternativa do sistema. Tampouco quero apontá-los como vilões. Alguns são bastante conscientes do mal que causam e persistem por vontade. Outras pessoas, diretamente envolvidas com o mercado financeiro ou não, vão deixando as coisas continuarem por não enxargarem muita opção. Um terceiro grupo não gosta de ficar só assistindo e vai pra rua. Pode não ter muita certeza do que quer ou não apresentar soluções concretas, mas está gritando que como as coisas estão elas não podem continuar. E não está falando por si, mas pela maioria que não está ganhando os lucros do mercado financeiro. Pelos 99%.
De fato, nem é preciso entender tanto de economia. Nem para ver que não se pode julgar o todo pela parte, como Hélio Schwartsman argumenta, nem para perceber que ele fez uma curva muito hábil para fugir do assunto. O colunista da Folha comenta o Occupy Wall Street e seus derivados. Digo que ele é hábil porque argumenta muito bem e embasa sua tese. Não nego que concordo com a ideia principal do texto, publicado dia 20, que diz que não se pode generalizar e apontar o dedo para todos os banqueiros dizendo que são todos malvados. Mas não é disso que se trata, e aí vem a curva.
Atribuir aos manifestantes “forças profundamente reacionárias” do nosso psiquismo porque eles defenderiam “um igualitarismo primitivo baseado no escambo e na aversão às tecnologias” é uma ofensa à inteligência do leitor. Criticar a desigualdade não significa defender igualitarismo, mas igualdade. É justamente para criticar o “olho por olho, dente por dente” que corrói o capitalismo financeiro que as pessoas estão nas ruas. Para propor solidariedade. E não consigo achar de onde vem a ideia de “aversão às tecnologias” ao falar em um movimento que ganhou força pelo Facebook antes de tomar as ruas. Falta honestidade intelectual nessa tentativa furada de engambelar o leitor. Ele não é trouxa!

sábado, 15 de outubro de 2011

Os argumentos relevantes contra a adoção do financiamento público exclusivo para as campanhas eleitorais e muitos a favor.

Via blog do Gilvan Freitas

Financiamento público: prós e contras

Existem alguns argumentos relevantes contra a adoção do financiamento público exclusivo para as campanhas eleitorais e muitos a favor. Está chegando a hora de decidir a respeito dele.


É uma das principais ideias em debate no Congresso e entre especialistas em legislação eleitoral, desde quando as discussões sobre a reforma política se intensificaram a partir do início desta legislatura. Foi já aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e está no anteprojeto de reforma elaborado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados.


Entre os grandes partidos, o PT é o defensor número 1. Não só fez parte das resoluções de seu último Encontro Nacional como ganhou o envolvimento pessoal de Lula, que se tornou seu paladino. Em reuniões sucessivas com lideranças do PMDB e dos maiores partidos da base, ele tem procurado formar um consenso para viabilizar a proposta.


Seus adversários costumam usar motivos circunstanciais para justificar a posição, especialmente a antipatia da opinião pública. De fato, as pesquisas mostram que a grande maioria da população discorda da hipótese de que as campanhas sejam financiadas com recursos do Orçamento. As pessoas acham que isso significaria diminuir investimentos em áreas “mais nobres” e não resolveria o problema do caixa 2. Seria um sacrifício inútil.


Esse sentimento tem duas origens. De um lado, como nunca tivemos esse tipo de financiamento, não sabemos como seriam as coisas se existisse. Caso o sistema político o aprovasse, seria necessário mostrar suas vantagens à opinião pública, por meio de campanhas informativas, e torcer para todos se convencerem à medida que o novo modelo confirmasse, na prática, ser melhor do que o atual.


De outro, ele se funda no desconhecimento de que o modelo vigente depende fortemente da contribuição de recursos públicos. Ao contrário do que pensam muitos, o que está em discussão não é sair de um modelo “puro” para outro, mas de um modelo misto, onde recursos públicos e privados são combinados, para torná-lo exclusivamente público.


É difícil calcular quanto a mais os partidos teriam de arrecadar com pessoas físicas e jurídicas, caso não tivéssemos o aporte de recursos públicos às campanhas. O que sabemos é que a principal despesa das campanhas modernas, a compra de tempo de veiculação nos meios de comunicação de massa, é, no Brasil, bancada pela sociedade, na forma do “horário gratuito de propaganda eleitoral”. (Na de Obama, por exemplo, metade de tudo que foi gasto – o equivalente a 1,35 bilhão – destinou-se apenas a isso.).


Os partidos ainda recebem recursos públicos do Fundo Partidário, com o qual pagam o dia a dia e fazem face a custos fixos, indiretamente barateando suas despesas nos períodos eleitorais. A Justiça Eleitoral é encarregada de observar o cumprimento das exigências da legislação a respeito do fundo.


O relevante disso é que a possibilidade de controle é maior quando os recursos são públicos. Enquanto sempre pairam dúvidas sobre quanto e como gastam as campanhas dos que arrecadam entre cidadãos e empresas, as coisas são transparentes na parcela que provém do Orçamento.


No acesso aos meios de comunicação, integralmente financiado com recursos públicos, sabe-se tudo: como é a distribuição do tempo entre os partidos, o que é permitido e o que é proibido, em que penalidades incorre quem descumpre as regras. As decisões da Justiça Eleitoral podem ser discutidas, mas são rápidas, claras e tomadas de acordo com a lei.


Se o financiamento exclusivamente público fosse aprovado, teríamos algo parecido nos demais aspectos das campanhas. Antes das eleições, todos seriam informados de quanto cada partido pode gastar, que parte caberá a cada eleição, quanto será gasto em quê. Não só a Justiça Eleitoral, mas qualquer organização ou pessoa poderá acompanhar e fiscalizar o que tiver sido estabelecido.


Isso resolverá os problemas de arrecadação irregular e corrupção? É claro que não. Mas tem tudo para melhorar a situação de hoje.


O financiamento exclusivamente público tem um mérito adicional no seu efeito equalizador, anulando (no mínimo, reduzindo) a vantagem que partidos e candidatos vinculados às elites econômicas têm em relação aos demais. Isso pode ser criticável do ponto de vista da ortodoxia liberal, mas é benéfico para a consolidação de uma cultura política democrática.


Como acontece com o tempo de televisão e o fundo partidário, as legendas dinâmicas tendem a ganhar mais que as declinantes, pois o acesso a recursos públicos é sempre condicionado ao desempenho: mais para quem tem mais votos, ou seja, mais apoio social. É assim que as coisas funcionam nos países onde há algum tipo de financiamento público.
Deve ser por isso que certas lideranças da oposição e alguns comentaristas da mídia conservadora são tão contra a ideia. Acham que ela só é “boa para o PT”. Na verdade, é boa para todos os partidos, desde que tenham vida partidária real e votos.

Revista Veja: a fábrica do imponderável não pára.

Do Vi o mundo

Ministro do Esporte: “Um bandido me acusa e sou eu que me preciso me explicar”

por Altamiro Borges, no seu blog
A revista Veja desembestou de vez. A cada semana ela aciona um de seus jagunços midiáticos para destruir reputações e produzir “reporcagens” com calúnias e difamações, sem qualquer consistência jornalística e sem ouvir as vítimas das agressões. A revista dá tiros para todos os lados, pouco se importando com sua credibilidade em declínio ou com a abertura de processos judiciais.
No mês passado, a Veja usou um repórter para tentar invadir o apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel em Brasília. A ação criminosa, que lembra as escutas ilegais e os subornos do império Murdoch, foi desmascarada e está na Justiça. Na semana seguinte, ela deu capa para um remédio, num típico “jabá jornalístico”, e foi criticada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ataques ao PCdoB e a Lula
Na edição desta semana, a revista resolveu investir contra o ministro dos Esportes, Orlando Silva (PCdoB). Para isso, abriu espaço em suas páginas ao policial militar João Dias Ferreira, preso em 2010 por corrupção. Na “reporcagem”, ele afirma que o ministro participaria de um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que atende mais um milhão de crianças carentes no Brasil.
Ainda segundo a “reporcagem”, que não apresenta qualquer prova concreta e se baseia inteiramente nas declarações do policial, os recursos do programa seriam repassados para ONGs, depois destas pagarem uma taxa de até 20% sobre o valor dos convênios. O dinheiro seria utilizado como caixa-2 do PCdoB e, também, serviu “para financiar a campanha presidencial de Lula em 2006”.
João Dias, um policial sinistro
A revista também “ouviu” Célio Soares, que é funcionário do ex-policial e atual empresário João Dias Ferreira. No ápice da matéria caluniosa, ele afirma que “eu recolhi o dinheiro com representantes de quatro entidades do Distrito Federal que recebiam verba do Segundo Tempo e entreguei ao ministro, dentro da garagem, numa caixa de papelão. Eram maços de notas de 50 e 100 reais”.
Os dois caluniadores deveriam se explicar na Justiça pelas graves acusações. Já a revista deveria ser processada por dar espaço a indivíduos suspeitos. Como lembra o jornalista Murilo Ramos, da insuspeita revista Época, “o soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira é um personagem recorrente de denúncias envolvendo o Ministério do Esporte. João Dias presidiu duas entidades acusadas de desviar cerca de R$ 2 milhões do programa Segundo Tempo do Ministério”.
Época contesta a Veja
Em maio de 2010, a revista Época publicou reportagem sobre o relatório final da Operação Shaolin, da Polícia Civil de Brasília, que investigou desvios em convênios com as associações de João Dias. “De acordo com a apuração da polícia, empresas de fachada cobravam 17% do valor das notas para emitir os papéis frios, sacar os recursos depositados pelas associações em suas contas e devolver o dinheiro para as ONGs de João Dias: a Federação Brasiliense de Kung Fu (Febrak) e a Associação João Dias de Kung Fu”.
“As associações foram contratadas para desenvolver atividade esportiva com alunos da rede pública de ensino. Os investigadores afirmam que Dias desviou recursos para compra de uma casa avaliada em R$ 850 mil, para construir duas academias de ginástica e para financiar sua campanha para deputado distrital em 2006”, informa Murilo Ramos. Apesar desta ficha policial, a Veja legitimou suas acusações contra o ministro dos Esportes. Coisa típica do jornalismo mafioso, murdochiano!
“Invenções e calúnias” serão rebatidas
De Guadalajara, México, onde participou da abertura dos Jogos Pan-Americanos, o ministro refutou as “invenções e calúnias” da Veja e já anunciou que processará os dois caluniadores. Em conversa por telefone, Orlando Silva também disse que analisará a abertura de processo contra a revista. Ele se mostrou indignado com a postura da Veja, mas adiantou que não vai se intimidar.
Numa entrevista coletiva hoje (15) pela manhã, Orlando Silva foi enfático: “De pronto, quero repudiar as mentiras que foram publicadas. Causou surpresa o conjunto de invenções e calúnias. Tomarei as medidas judiciais e moverei ação penal. Solicitei ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fosse aberto inquérito criminal para que fossem apurados os fatos citados”.
“Tomarei as medidas judiciais”
“O único momento em que encontrei um dos caluniadores [João Dias] foi numa audiência em 2004, se não me engano, a pedido do então ministro Agnelo Queiroz. A segunda pessoa [Célio Soares], eu não faço idéia de quem seja. São acusações gravíssimas, tomarei medidas judiciais e solicitarei que a Polícia Federal apure as denúncias. Não temo nada do que foi publicado na revista”.
Para o ministro, a “reporcagem” da Veja tem motivação política. Há muitos interesses econômicos em jogo nas disputas da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. Ele ainda levantou a possibilidade de que se trate de uma retaliação ao aumento do rigor na adesão de empresas ao programa Segundo Tempo, que libera dinheiro para crianças carentes.
“Um bandido me acusa e eu preciso explicar”
“Esse ano, os parceiros passaram a ser escolhidos por seleção pública. Também passamos a não realizar convênios com entidades privadas, pois as públicas garantem melhor sistema de controle. No ano passado foi instaurada a Tomada de Contas Especial e o processo enviado ao TCU para que a empresa relacionada a um dos acusadores devolva o investimento de cerca de R$ 3 milhões”.
Por último, o ministro anunciou: “Me coloco à disposição de ir ao Congresso já nesta semana e coloco meu sigilo fiscal e bancário à disposição dos órgãos de controle. Estou indignado, porque um bandido me acusa e sou eu que preciso me explicar. Agora, o sentimento é de defesa da honra. Existem pessoas na política que não se incomodam com acusações, mas felizmente eu tenho sensibilidade”.
Tucanos ou urubus?
Como em outros casos, a revista Veja serve para pautar a oposição demotucana. Desesperada com a perda de parlamentares, as intermináveis brigas internas e a total ausência de projeto, as lideranças do PSDB e DEM já utilizam os ataques levianos da revista para desencadear uma nova onda moralista. Eles demonstram falta de escrúpulos e total falta de responsabilidade.
Hoje mesmo, o líder do PSDB na Câmara Federal, deputado Duarte Nogueira (SP), defendeu o imediato afastamento do ministro Orlando Silva. “Há fortes indícios de que, para participarem do Segundo Tempo, ONGs eram escolhidas a dedo, ligadas ao PCdoB, e pagariam propina pelo convênio. Isso é muito sério, um esquema criminoso. É dinheiro público indo pelo ralo”, esbravejou.
Cínico e mau-caráter
Ele também exigiu que o ex-ministro e atual governador do DF, Agnelo Queiroz, seja investigado. Já que está tão preocupado com a corrupção, o líder do PSDB podia aconselhar o governador Geraldo Alckmin a autorizar a criação da CPI na Assembléia Legislativa para averiguar o esquema de suborno nas emendas parlamentares em São Paulo. A bravata de Duarte Nogueira mostra bem o cinismo e o mau-caratismo dos tucanos.
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domingo, 9 de outubro de 2011

A inflação vai cair. O PIB vai crescer com vigor.

Do Conversa Afiada

Tombini derruba inflação da Folha (*)



Esta é uma singela homenagem do Bessinha à Folha

O Presidente do Banco Central deu uma entrevista à Folha (*) que lembra muito aquela em que a candidata Dilma passou com um trator por cima da Urubóloga – clique aqui para acompanhar a passagem do trator, neste vídeo imperdível

A Urubóloga queria aumentar o déficit publico da Dilma.

A Folha (*) foi armada para aumentar a inflação e derrubar o PIB.

E saiu tratorada.

Também.

A inflação vai cair.

O PIB vai crescer com vigor – para as circunstâncias.

E Tombini demonstra estar no comando de uma estratégia de médio prazo que se casa perfeitamente com a da Presidenta e do Ministro da Fazenda.

Acabou-se o tempo em que o Presidente do Banco Central fazia um grande sucesso com os bancos e o PiG (**).

E mais ninguém.

(Por falar nisso, um ex-presidente do Banco Central saiu da base do Governo para se filiar ao partido do Kassab, o partido do Cerra na moita.)

Clique aqui para ler o processo de “tratoramento” dos repórteres da Folha :

‘Inflação vai recuar em outubro’, diz presidente do BC

A inflação vai cair em outubro. A garantia é do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para quem “de jeito nenhum” o IPCA, índice oficial da meta de inflação, ficará acima da taxa registrada em setembro, quando atingiu o pico do ano ao bater em 7,31% no acumulado de doze meses.

Para Tombini, que chegou a prever que o ponto mais alto da inflação em 2011 seria em agosto, nem mesmo uma piora no cenário externo muda sua previsão. “Não. Estamos acompanhando isso. Temos coletas diárias e elas estão vindo, na margem, entre 0,30% e 0,40%”, contra uma taxa mensal no mês passado de 0,53% e de 0,75% em outubro do ano passado.

Em entrevista à Folha, na sede do banco em São Paulo, Tombini tratou ainda de embates que tem protagonizado, incluindo as acusações de que o BC, sob sua administração, se tornou mais imprevisível, assumiu mais riscos e está mais moderado no combate à inflação.

Essa postura lhe rendeu o apelido de “pombini” no mercado financeiro — referência ao jargão que classifica de “pombo” banqueiros centrais adeptos de uma política monetária mais suave no combate à inflação.


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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