quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Brasil de Lula avança até na crise

Do Terror do Nordeste

Nunca antes na História deste país:Um milhão de brasileiros deixam a pobreza mesmo na crise


Sabrina Lorenzi, iG Rio de Janeiro 09/09/2010



A crise global atrapalhou o crescimento econômico e elevou o desemprego, mas não interrompeu o combate à miséria no Brasil. Cerca de um milhão de pessoas cruzaram a linha da pobreza entre 2008 e 2009, calcula Marcelo Neri, chefe do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A debandada equivale a um recuo de 4,3% da pobreza neste período. O dado, calculado a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domícílio (Pnad) faz parte de um novo estudo sobre classes sociais que o pesquisador da FGV lança amanhã (sexta-feira). Neri se baseou na soma de todas as fontes de renda (trabalho, aposentadoria, programas sociais etc) de todas as pessoas do domicílio dividida pelo numero de pessoas da família. E considerou pobre aquele que recebe menos de R$ 140 por mês.


Mesmo com a crise e o aumento do desemprego revelado pela Pnad, a participação de pobres na população brasileira recuou de 16,02% em 2008 para 15,32% em 2009. A queda não é tão expressiva quanto nos anos anteriores, mas significativa para quem esperava "um empate em 2009". Marcelo Neri esperava que 2009 seria um ano praticamente sem avanços no combate à miséria e chegou a excluir o período de projeções de queda na pobreza, por considerá-lo um ponto fora da curva.

Embora longe de um "empate", o processo de redução da pobreza desacelerou. De 2003 a 2008, cerca de 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza. Somente entre 2007 e 2008, a pobreza recuou cerca aproximadamente 12%, ritmo bem maior que o verificado agora a partir desta última Pnad.

Neri explica que o segredo da redução da pobreza no Brasil tem sido a combinação de crescimento com redução de desigualdade social. Em 2009, a economia ficou estagnada, mas a Pnad mostrou que novamente a concentração de renda diminuiu. A renda média dos 40% mais pobres do País avançou 3,15%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu 1,09%. Uma das explicações, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a queda pode estar na eficácia dos programas sociais do governo, inclusive o Bolsa-Família.

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