José Serra, o político Datena
José Serra começou a campanha eleitoral anunciando sua candidatura no programa policial do apresentador Datena. Foi respondendo a uma entrevista e sem premeditação que o tucano confirmou que disputaria a presidência da República.
O anuncio de sua candidatura foi um duplo ato falho, percebe-se agora. Traído pelo inconsciente, acabou falando como candidato durante a entrevista, e finalmente assumiu de forma inesperada sua candidatura. O que não se sabia então é que o ato falho incluía sua determinação para concluir a campanha em palco midiático-policial semelhante.
Hoje, perante o desabamento de suas pretensões presidenciais, é de forma desesperada em que recorre a acusações sem provas para tentar reverter o resultado que se apresenta como claramente desfavorável.
Começou no Datena e vai concluir na delegacia. O simbolismo da campanha tucana em 2010 é patético.
No plano político a manipulação grotesca e a falta de rumo, foram a marca de Serra. Percebidas pela quase totalidade dos analistas políticos e até pelos seus correligionários e aliados, o que precipitou o processo de descomposição política do personagem. Confirmando assim o ditado que diz que quanto mais alto sobe o macaco na arvore, mais ele mostra sua bunda.
Seu primeiro grande discurso de campanha, saudado com entusiasmo pela mídia, invocou a candidatura de união dos brasileiros. Ato seguido proclamou o presidente Lula, alguém acima do bem e do mal, do qual pretendia assegurar a continuidade. Abandonando FHC ao ostracismo, içou Lula ao rol de estadistas, para na garupa se atribuir a etiqueta a ele mesmo.
Hoje, após perder a liderança nas pesquisas e perante o resultado do fracasso de sua tentativa de estelionato eleitoral, solicita ao TSE a impugnação de sua adversária, com base em acusações irresponsáveis e caluniosas.
Curioso fim político da campanha tucana. O governo do qual se pretendiam como mais preparados para dar continuidade, virou hoje o coveiro da liberdade e da democracia.
Em apenas três semanas, o estadista Lula é insultado como fascista pelo patético Serra.
“Quando os tiranos ou candidatos a tiranos desejam subjugar uma sociedade, começam restringindo a liberdade”, afirmou no Encontro com Prefeitos, organizado pela campanha tucana. “Aqueles que foram de esquerda e que hoje não são nem isso nem aquilo são mais para fascistas”, completou.
O Brasil não merece um candidato com tamanho despreparo e nem a oposição merecia ser arrastada ao péssimo vaudeville de seu destemperado candidato.
Falta um mês para o país relegar o personagem ao merecido esquecimento. Esperemos que seja o mesmo tempo que leve a oposição a virar a pagina de 8 anos de desacertos, desserviços e incompetência.
O país precisa não só de Dilma, para dar continuidade ao trabalho do presidente Lula. Precisa também de uma oposição consistente, solida e programática como complemento indispensável à consolidação de sua preciosa democracia.
LUIS FAVRE.
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