segunda-feira, 18 de abril de 2011

Estadão e a ortodoxia mercadista

Do Vi o mundo

Estadão sobe os juros, ameaça “dissidentes” e cai na real

por Luiz Carlos Azenha
Quem, como eu, é leitor regular do Estadão, nota que por trás da paginação do jornal existe uma ideia econômica: a ortodoxia mercadista.
Esqueça o noticiário objetivo, é o lobby dos juros em ação.
O Estadão se aproveitou de uma declaração anódina do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini,para aumentar os juros em 0,5%.
Segundo o jornal, uma palestra de Tombini em Washington “estimulou” analistas a elevar “apostas”.
O jornal Valor Econômico esclareceu:
As declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na sexta em Washington foram “superdimensionadas” pelo mercado, afirmou ao Valor uma fonte que acompanha de perto a estratégia de política monetária. “O que o Tombini disse não tem sentido nem de quantidade nem de tempo”, disse. “A mensagem é que o BC está de olho na meta a ser cumprida em 2012 e vai analisar o que fazer de acordo com as circunstâncias”, afirmou. Na sexta, Tombini agitou o mercado ao afirma que o BC “está no meio de um ciclo de aperto monetário” e  “que tem muito trabalho a ser feito”. Apostava-se que Tombini havia sinalizado que será mais duro na reunião desta semana do Copom. Para a fonte do Valor, a frase de Tombini não significa “nada” sobre a reunião.
Em seguida, como notou o Luís Nassif, aqui (o que também ajuda a explicar porque o Estadão quer demitir o Nassif da TV Brasil), o Estadão ensaiou uma tentativa de assassinato de reputação de economistas que concordam com a política atual do BC para enfrentar a inflação:
Governo monta ”rede de proteção” entre economistas; O Planalto e as equipes do BC e da Fazenda buscam o apoio de formadores de opinião para a defesa da estratégia anti-inflação
Hoje,  na reportagem ‘Meta é não perder o encanto do crescimento’, o jornal finalmente faz o que deveria ter feito desde sempre: demonstra que não existe unanimidade na ortodoxia mercadista; ouve Delfim Netto e Francisco Dornelles e resume a política econômica do governo Dilma reproduzindo declaração de um ministro:
“O governo não vai perder o controle da inflação, mas também não quer derrubar o crescimento a ponto de gerar aumento de desemprego”.

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